O Espírito Santo foi o berço de diversas empresas de base tecnológica (as startups) que ganharam projeção nacional e internacional– basta citar nomes como Wine, PicPay, Americanas Delivery e Zaitt. No primeiro Espírito Startups Conference, realizado em Vitória, na última terça-feira (22), o capixaba Erick Coser falou sobre o case da sua startup, Gabriel, que está ajudando a resolver de forma privada o problema da segurança pública no Rio de Janeiro e em São Paulo. Ele falou ao lado de Rodrigo Miranda, co-fundador da Americanas Delivery e Zaitt, e Henrique Leite, sócio do fundo de investimento em startups Canary.
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A startup Gabriel, fundada pelo capixaba Erick Coser, levantou em outubro do ano passado R$ 66 milhões numa rodada liderada pelo Softbank para ajudar a resolver o problema da criminalidade em lugares onde ela é um problema grave, como no Rio de Janeiro.
A empresa usa centenas de camaleões– nome das câmeras com visão 180º das vias públicas– para monitorar a fachada de prédios e identificar comportamentos suspeitos através de inteligência artificial e compartilhar as imagens com as forças públicas de segurança. A Gabriel calcula ter ajudado a prender 43 criminosos.
“Morei na China, um país que resolveu problemas de segurança pública e tem um sétimo do número total de crimes violentos do Brasil, mesmo com uma população muitas vezes maior. Trouxemos de lá o fundamento de infraestrutura barata e conseguimos instalar três vezes mais câmeras que os governos das cidades em que atuamos sem um real de dinheiro público”, afirmou Coser.
O fundo de investimentos startups brasileiro Canary participou do investimento na Gabriel liderado pelo SoftBank, ao lado de outros nomes como Endeavor ScaleUp Ventures, Telefônica-Vivo e Norte Ventures. Henrique Leite, sócio da Canary, falou sobre a tese de investimento na Gabriel.
“Os investidores de venture capital [investimento em startups] têm a premissa de encontrar aquelas poucas empresas que vão dar um retorno assimétrico, como o Alibaba que multiplicou o dinheiro dos investidores na ordem de milhares de vezes”, disse Henrique.
Para Erick, um dos principais sinais de que uma startup vai gerar retornos exponenciais é a capacidade de se tornar um monopolista de seu mercado no segmento de tecnologia.
“O mercado de tecnologia está convergindo para monopólios e duopólios. Seria difícil existirem simultaneamente cinco apps similares ao Uber em uma área. Geralmente existem apenas dois. Da mesma forma, não vemos com provável coexistirem diversas empresas de câmera de segurança iguais à Gabriel. Quando apostamos em negócios possivelmente monopolistas, estamos enxergando um potencial de crescimento gigante.”, afirmou o co-fundador da Gabriel.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória
