Mar 2022
7
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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porRicardo Frizera

Estrangeiro investe no Brasil em meio a conflito na Europa

O economista-chefe da Apex Partners, Arilton Teixeira, avalia que o cenário no mundo foi dominado por dois fatores ao longo de fevereiro. “Primeiro, os bancos centrais sinalizam aceleração da retirada dos estímulos monetários com a redução dos balanços (Federal Reserve) e com o aumento dos juros (Federal Reserve e o Banco da Inglaterra).

Segundo, houve aumento das tensões e o início do conflito militar Rússia-Ucrânia, gerando maior volatilidade e afetando o preço dos ativos”, escreveu na Carta do Economista da Apex Partners deste mês.

Para ele, apesar da inflação elevada no Brasil, os juros altos (e em elevação) devido à alta dos preços, o país continuou a atrair investidores estrangeiros, que buscam retornos maiores em renda fixa em países como o Brasil.

Neste cenário de elevação dos juros futuros e das tensões no mercado externo devido ao conflito Rússia-Ucrânia, os principais índices das bolsas nas maiores economias tiveram queda inicial forte.

Mas, passado o impacto do início do conflito militar, conseguiram se recuperar e fecharam o mês próximo da estabilidade. No Brasil, embora o Ibovespa tenha perdido ritmo de alta, a entrada de capital estrangeiro, manteve a valorização da bolsa, do real e queda do risco Brasil mesmo após o início do conflito Rússia-Ucrânia.

Ibovespa (em pontos):

24/01/22 (Um mês antes da invasão Russa): 107.937

23/02/22 (Um dia antes da invasão Russa): 112.007

24/02/22 (Dia da Invasão Russa): 111.591

25/02/22 (Um pregão após a invasão): 113.141

02/03/22 (Dois pregões após a invasão): 115.173

Dólar (R$)

24/01/22 (Um mês antes da invasão Russa): R$ 5,49

23/02/22 (Um dia antes da invasão Russa): R$ 5,01

24/02/22 (Dia da Invasão Russa): R$ 5,12

25/02/22 (Um dia após a invasão): R$ 5,16

02/03/22 (Dois pregões da bolsa após a invasão): R$ 5,10

Retirada de estímulos e redução do crescimento são pontos de atenção no mercado externo

Em sua carta mensal, Arilton Teixeira demonstra preocupações com o cenário internacional, principalmente com relação aos EUA e China, que podem afetar o desempenho econômico e ativos brasileiros.

“Os EUA apresentaram crescimento forte em fevereiro, a Europa manteve a recuperação e a China apresentou queda do crescimento. A incerteza é se a queda do crescimento chinês vai persistir. Uma queda maior deve reduzir a demanda e os preços das commodities, afetando os países exportadores (como o Brasil)”, analisou o economista-chefe da Apex Partners.

Outro ponto de atenção para Teixeira foi o início da retirada dos estímulos monetários pelos Bancos Centrais– que foram responsáveis pela forte valorização de ativos como as ações nos dois últimos anos. Com isso, o valor das empresas teve queda durante a maior parte de fevereiro nas maiores economias.

Para os próximos meses, avalia Arilton, a retirada dos estímulos monetários e o desenrolar do conflito vão ser fundamentais para o cenário. A duração do conflito, alcance (mais países podem ser envolvidos) e a elevação das sanções econômicas contra a Rússia devem aumentar o preço da energia e de commodities agrícolas (Ucrânia é grande produtora), a demanda por proteção (leia-se maior demanda por títulos públicos das maiores economias, ouro) e a valorização das moedas dos países ricos.

Outro possível efeito é a redução do ritmo de atividade econômica. Neste caso, os bancos centrais podem ter que reduzir o ritmo de retirada dos estímulos monetários, a despeito do comportamento da inflação (que pode aumentar devido à elevação do preço da energia).

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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