Chocolateria capixaba anuncia expansão para os Estados Unidos
Desde 1968, a Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo) teve apenas três presidentes diferentes. Um de seus diretores acumula o cargo há quase 50 anos. O atual dirigente está desde 2006 no cargo, em seu quarto mandato, que encerra em maio deste ano.
Para romper com mais de cinco décadas de um mesmo grupo no comando da instituição, o empresário varejista e ex-presidente da CDL Vitória Cláudio Sipolatti formou uma chapa para disputar a presidência da Federação nas eleições de maio.
Na pauta, acabar com a reeleição na entidade; aumentar a eficiência do Sesc e Senac; aumentar a participação dos sindicatos; e ‘efetivamente apoiar os empresários’. Sipolatti concedeu entrevista em exclusividade à Mundo Business, que você confere a seguir.
Mundo Business: Porque você decidiu encabeçar uma chapa para disputar a presidência da Fecomércio?
Cláudio Sipolatti: Para romper com o continuísmo. Em 54 anos, tivemos apenas presidentes definidos sem nenhuma eleição disputada. Nos posicionamos em não assinar aclamação para chapa única porque ela não propunha nada novo para a Fecomércio. Vários presidentes de sindicatos querem romper o continuísmo. Estou com um grupo.
MB: Na sua opinião, porque a Fecomércio enfrenta tantos desafios para ter uma renovação constante?
CS: Em grande parte pela acomodação e pouca participação do empresariado, o que abriu espaço para alguém assumir um papel definitivo. Criar cultura de associativismo, interesses comuns e não interesses individuais. O estado tem empresários que podem colaborar para ser uma instituição mais forte. Depois de 16 anos o Cláudio decidiu ser candidato, não para surgir como uma solução– esta solução virá de todos que querem participar dessa mudança.
MB: Como você avalia a atuação da Fecomércio?
CS: Na Fecomércio não temos nenhum sindicato de serviço, sendo que o setor está no nome da Federação. Durante a pandemia tivemos a luta do Sindibares que poderia ter tido nosso apoio, mas não teve. Precisamos trazer mais sindicatos, ampliar debates setoriais e nos aproximar das Federações irmãs, como a da indústria e transporte.
A Fecomércio precisa ampliar sua atuação e dar mais apoio aos sindicatos, que estão fragilizados em suas estruturas financeira e operacional. Temos uma entidade longe da atividade produtiva.
MB: Caso eleito, você pretende acabar com a reeleição na Fecomércio?
CS: Sim, acabar com a reeleição é um dos nossos compromissos. Um dos nossos objetivos é oxigenar e modernizar a Federação e para isso temos que trazer pessoas, novos sindicatos.
MB: Você considera a oferta da terceira secretaria para compor a chapa de José Lino Sepulcri?
CS: José Lino nunca me ofereceu nada, apenas apresentou um documento em reunião no início de março onde constava meu nome na sua chapa. Agradeci o convite e solicitei que retirasse, porque eu estaria me colocando como candidato à presidência da Fecomércio.
MB: Qual é a sua opinião sobre a proposta de criar um período de transição de dois anos na presidência da Fecomércio, onde o atual presidente seguiria por mais dois anos?
CS: Existe um grupo propondo isso, mas eu não conheço nenhum processo eleitoral que teve dois anos de transição. Isso não existe.
MB: Quais são suas propostas para o Sesc e Senac no Espírito Santo? [As duas entidades são controladas pela Fecomércio no estado]
CS: Precisamos ter os melhores diretores executivos no Sesc e Senac, e criar um ambiente de empresa, com planejamento, acompanhamento de metas, saber se estamos atingindo eficiência desejada. Ainda, precisamos definir como contemplar melhor e maior número de pessoas, que são finalidades dessas instituições.
MB: A Fecomércio possui a maior rede hoteleira do estado. Como presidente, você consideraria a venda dos ativos do Sesc e Senac, como hotéis?
CS: Não temos informações sobre a taxa de ocupação da rede hoteleira do Senac. Mas a parede já está erguida. Vamos entender como viabilizar essa estrutura e não considero a venda. Se tivermos sucesso na nossa eleição, precisamos de um realizar um profundo diagnóstico dessa rede.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória