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Por trás da história da Aracruz Celulose, empresa que comandou a fusão com a Fibria, está seu ex-presidente Carlos Aguiar, cearense de Sobral radicado no Espírito Santo. Ele chegou em Aracruz em 1981 como empregado e chegou ao posto de liderança da companhia, quando transformou aquela empresa endividada em uma companhia mais robusta com faturamento de 2,5 bilhões de dólares e 15 mil funcionários. nos confidenciou a visão ‘ESG’ de Erling Lorentzen, o fundador da Aracruz Celulose– décadas antes de isso ser moda.
Aguiar foi o nosso primeiro entrevistado do Novo Programa Mundo Business, que estreou no último domingo TV Vitória Record. Confira os destaques a seguir.
Mundo Business: Como foi sua primeira experiência profissional?
Carlos Aguiar: Na época da faculdade ganhei uma bolsa de estudos que não era o suficiente para viver, então eu tocava piano às quartas feiras no clube náutico de Fortaleza e no sábado à noite em festas. Com isso, fazia um extra.
Mundo Business: Quando ocorreu sua entrada no mercado de celulose?
Carlos Aguiar: Começou na década de 1970 em Lajes, Santa Catarina, onde comecei a trabalhar em uma empresa americana. Tive que aprender inglês muito rapidamente para entrar no sistema e logo me dei bem em algumas disciplinas na empresa. Assim, fui convocado para um projeto cinco vezes maior que lajes em São Paulo, que não teve sucesso. Foi a minha primeira grande derrota. Então, recebi duas ofertas de emprego no setor de celulose, uma na Austrália e outra em Aracruz, na Aracruz Celulose. Escolhi o Espírito Santo!
Mundo Business: Como foi sua evolução a partir daí até chegar à presidência?
Carlos Aguiar: Quando cheguei aqui estava um nível abaixo do que ocupava, mas recuperei o posto em um ano. Todo ano subi de patamar, em 1985 me tornei diretor e em 1998 me tornei presidente da Aracruz Celulose.
Mundo Business: Quais foram os desafios dessa jornada?
Carlos Aguiar: Em 1993 tivemos uma crise mundial que derrubou o valor da celulose e a empresa ficou com uma dívida muito alta. Na época, eu era o vice-presidente. Assumi interinamente o posto de presidente, fiz mudanças na empresa com mais automações e reduções drásticas nos custos. Nesse ponto a Aracruz já era uma gigante com 15 mil funcionários.
Mundo Business: Como foi a experiência de trabalhar com Erling Lorentzen, o norueguês que fundou a Aracruz?
Carlos Aguiar: Tive o prazer de trabalhar com o Lorentzen, que tinha um cuidado com a sustentabilidade e com os empregados. Lorentzen foi herói de guerra aos dezoito anos e trouxe valores como coragem. Quando ele decidiu abrir a fábrica em Aracruz, todos consideravam uma loucura, mas ele decidiu seguir com a aposta– e teve muito sucesso.
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