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O preço dos insumos cada vez mais caros tornou-se uma dor de cabeça para os produtores rurais nos últimos dois anos– sobretudo agora que o conflito na Europa causou um estrago na cadeia de fornecimento de minerais para fertilizantes. Com margens de lucro cada vez mais apertadas em razão disso, produtores capixabas estão investindo em métodos alternativos para reduzir a dependência de fertilizantes. Pelo menos é isso que aposta o produtor linharense Eduardo Bortolini, um dos convidados para o 2º Encontro Agrobusiness em Linhares.
Desde a seca que atingiu o Espírito Santo em 2015 e 2016, os produtores de café capixaba têm buscado alternativas de resposta à falta d’água, como o desenvolvimento de variedades genéticas mais produtivas. O problema: esses pés de café com maior rendimento demandam mais fertilizantes para atingir sua produção máxima, e o aumento do preço desses adubos pode fragilizar as finanças dos cafeicultores.
Em decorrência do conflito na Ucrânia e os embargos econômicos à Rússia, o valor dos fertilizantes dispararam e superaram valores do fim de 2021, que já eram considerados elevadíssimos. A uréia, substância utilizada em cafezais, saiu de R$ 4,5 mil por tonelada para R$ 6 mil por tonelada em média. Já o cloreto de fósforo foi de R$ 5,2 mil para R$ 7,5 mil, por tonelada, refletindo os impactos da escassez global.
Eduardo Bortolini, produtor de conilon em Linhares, explica que “o produtor de café conilon no Espírito Santo tem um perfil, o de buscar a produtividade alta, por isso temos uma grande área de café plantada muito produtiva, mas extremamente dependente de fertilizantes, e que agora com a crise, está prejudicada e pode vir a ter problemas”.
Desta forma, os produtores repassam o aumento no preço quase que de forma direta para o consumidor final– e mesmo assim ficam com as margens de lucro reduzidas. “O café estava em alta e acabou sofrendo uma queda com a Guerra, impactado pela valorização do petróleo que afeta os fretes marítimos, mas que ao mesmo tempo valorizou os fertilizantes, o mais importante insumo em nossa produção e complicou a vida do cafeicultor”, destaca Eduardo.
Para o produtor, é hora de repensar o volume de químicos e fertilizantes que estamos utilizando na produção do café, da mesma maneira que é feito com a soja. Durante o evento, ele irá trazer em sua fala alternativas como a técnica de agricultura regenerativa, permitir descanso da terra, dar maior atenção e estabilizar o solo plantado, utilização de produtos biológicos, matéria orgânica, estercos e palha de café na adubagem.
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