Empresas capixabas são destaque em feira internacional de rochas em Las Vegas
Empresário português radicado no Espírito Santo, Paulo Baraona desenvolveu uma carreira na construção civil e já empregou mais de 10 mil pessoas durante sua trajetória. Ele chegou ao estado quando seu pai, empresário da construção, se viu forçado a deixar Portugal durante a Revolução dos Cravos em 1975. Hoje, Baraona dá continuidade ao legado empresarial da família, com foco em obras públicas. No último domingo, ele contou um pouco de sua história no Programa Mundo Business. Confira a seguir, os destaques da entrevista.
Assista ao Programa Mundo Business
Mundo Business: Como você saiu de Portugal e veio parar aqui no Brasil?
Paulo Baraona: É uma história interessante. Em 1974, ocorreu o que ficou conhecida como a Revolução dos Cravos em Portugal, e já em 75, houve um período negro dessa revolução. Os trabalhadores tomavam conta das empresas e expulsavam os empresários – o que fez com que muitos fugissem de Portugal, inclusive meu pai, que era empresário também do ramo de construção civil e se instalou aqui no Brasil, vindo para Vitória.
Mundo Business: Porquê ele decidiu vir para Vitória?
Paulo Baraona: Vitória estava num momento de grande crescimento, com o aterro da Condusa, que fazia a cidade se movimentar e ter grandes perspectivas de crescimento, o que talvez tenha sido um chamariz para meu pai se instalar aqui. Logo que chegou, começou o processo de urbanização das montanhas, com o Parque das Hortências em Domingos Martins, que se tornou um marco da época, já que antes o turismo de montanha não existia, então o parque foi a primeira urbanização que começou esse movimento.
Mundo Business: Você fez recentemente a reforma da Avenida Vitória. Por que ela conseguiu ser realizada em um tempo tão curto?
Paulo Baraona: O que aconteceu ali naquela obra, que claro, embora tenha sido beneficiada pela diminuição do tráfego devido a pandemia, também foi marcada pela interação entre a minha empresa de engenharia, a empresa de projetos e de fiscalização e a Secretaria de Obras naquele momento.
Todos os envolvidos trabalhavam diariamente, inclusive fins de semana e feriados, diminuindo o custo do impacto social que a paralisação de uma das principais avenidas poderia causar na sociedade. Temos uma obra parecida em andamento, a ES-010 em Jacaraípe, onde também vamos entregar antes do prazo e que segue esse mesmo conceito de interação entre as partes.
Mundo Business: Quais as diferenças da cultura empresarial portuguesa para a brasileira?
Paulo Baraona: Há uma diferença grande, obviamente, mais favorável ao Brasil, porque o brasileiro não cria dificuldades, nunca fui maltratado mesmo sendo um estrangeiro – pelo contrário, recebi até dicas e ajudas -, e tenho muito a agradecer, tanto que hoje já me considero um capixaba. Já na Europa, cultura não é tão receptiva assim, com o povo de lá sendo mais fechado e difícil de se relacionar. Há uma diferença muito grande entre o tratamento recebido aqui e lá, principalmente quando você é um concorrente.
Mundo Business: Além de ser vice-presidente da Findes e empresário, vejo que você tem um apreço muito grande pelos esportes no seu Instagram. Qual a importância do esporte na sua vida?
Paulo Baraona: Enorme, sempre fiz esportes a vida inteira e já há uns 8 a 10 anos, conheci o Crossfit e se tornou uma das minhas paixões. Este ano no Crossfit Games, que são desafios realizados de maneira igual no mundo inteiro, fiquei em décimo terceiro na América do Sul e em décimo no Brasil, o que pra mim é um orgulho muito grande. Além disso, o esporte é um equilíbrio para nós empresários, para esta vida estressante que levamos, então precisamos de um momento para extravasar, e a minha terapia hoje é o Crossfit.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória