Porto da Imetame já recebeu investimento de R$ 200 mi — e pode tomar o lugar de Santos na logística da soja
A indústria mineral carioca IBC Brasil, subsidiária da D-Energy, está investindo R$ 20 milhões em uma planta de processamento de barita e carbonatos– insumos utilizados na perfuração de poços de petróleo– em Presidente Kennedy, no extremo sul do Espírito Santo. Na primeira fase da operação no Espírito Santo, que deve iniciar em 2023, a indústria deve fabricar 50 mil toneladas de produtos minerais por ano e faturar cerca de R$ 70 milhões, calcula o presidente da D-Energy Calixto Deberaldini.
Atualmente, a D-Energy, por meio da IBC Brasil, fornece insumos para a perfuração de uma fatia considerável dos poços de petróleo abertos no Brasil. Hoje, a operação da empresa extrai sulfato de bário em Novo Horizonte, na Bahia, e transforma-o em lama de perfuração em unidades terceirizadas.
— Hoje, 70% dos poços perfurados no Brasil utilizam nossos insumos direta ou indiretamente— calcula Calixto Deberaldini, presidente da D-Energy, que prevê faturar R$ 200 milhões em 2022.
Uma das principais apostas da IBC para aumentar o faturamento é a construção de sua primeira unidade de processamento própria em Presidente Kennedy. O principal objetivo da planta, que será construída em uma área de 55 mil metros quadrados, é reduzir custos com terceirização. A cidade no Sul do Espírito Santo chamou a atenção dos sócios da companhia pela localização estratégica, incentivos fiscais e linhas de crédito de fomento.
Além dos incentivos fiscais concedidos pelo Governo do Estado, Presidente Kennedy oferece descontos no ISS (Imposto Sobre Serviços) para empresas que investem na cidade. Além disso, empresas podem obter uma linha de crédito de fomento que recebe recursos da prefeitura e é operada pelo Bandes.
Hoje, a empresa utiliza uma operação portuária própria em Niterói para exportar os insumos para perfuração de poços, e a possibilidade de contar com o Porto Central no futuro é um atrativo para investir no Sul do Espírito Santo, conta Calixto Deberaldini.
— O investimento está sendo realizado nessa região por conta da localização estratégica. A cidade fica entre a nossa fonte de matéria prima no nordeste e o nosso principal centro consumidor, o Rio de Janeiro. No futuro, o Porto Central, que estará a 5 km da fábrica, facilitará a exportação da barita e tornará nossa operação ainda mais eficiente — diz Deberaldini.
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