No ecossistema de inovação do Espírito Santo, os hubs de inovação desempenham papel fundamental ao conectar ideias, esforços e startups inovadoras para solucionar problemas de forma escalável e digital. Devido a essa relevância, muitas organizações capixabas têm investido ou participado em estruturas com foco na inovação, como Sicoob ES, Bandes, Fucape, MedSênior, Findes, entre outras. Mas qual é a importância de um hub para o desenvolvimento dessas empresas? Para responder a essa pergunta, conversamos com Bruno Oliveira Cardoso, advogado e sócio do escritório Oliveira Cardoso Advogados, que atuou na estruturação de vários ambientes de inovação em atividade em Vitória.
Um hub de inovação se caracteriza como um espaço de conexão para estimular a interação entre diferentes agentes em busca de ideias inovadoras, proporcionando às startups um ambiente propício para testar suas tecnologias, aumentar a rede de relacionamentos e ter contato com as demandas do mercado por novas tecnologias.
Muitas empresas apoiam ou participam ativamente da criação de hubs de inovação, com o objetivo de se valer dos benefícios da “inovação aberta”, que promove a colaboração com pessoas e organizações externas à empresa, permitindo que a entidade se conecte com diversas startups do mercado e também com outras empresas com necessidades semelhantes. O modelo tem se mostrado mais vantajoso se comparado à criação de divisões internas de inovação.
“Em muitos casos, ao invés de custear equipes e realizar outros investimentos para o desenvolvimento de projetos de inovação fechada, de forma exclusiva, é mais interessante para a empresa apoiar, participar ou se conectar com um hub de inovação que tenha programas no seu segmento de mercado, possibilitando a conexão da empresa com startups e projetos que podem estar conectados às suas necessidades”, pontua Bruno Cardoso.
A título de exemplo, podemos citar o Base27, em Vitória/ES. Criado para impulsionar a inovação nos negócios do setor produtivo capixaba, o hub possui como mantenedores dezenas de empresas de variados setores. Lá, os apoiadores participam de momentos de conexão com as startups e ganham proximidade com diversos projetos inovadores, que podem trazer algum insight ou até mesmo uma solução.
Existem casos, porém, de empresas que possuem necessidades extremamente específicas ou lidam com dados estratégicos ou sensíveis, que não permitem o desenvolvimento em ambiente de inovação aberta, segundo Bruno. Outras, têm no desenvolvimento de soluções inovadoras o principal diferencial competitivo. Tais características inviabilizam ou dificultam o desenvolvimento de soluções inovadoras em ambientes abertos.
“No segmento de saúde, por exemplo, onde grande parte das informações são sensíveis, as empresas optam por desenvolver centros de inovação internos para garantir a confidencialidade no desenvolvimento de seus projetos inovadores”, explica o advogado.
Nesse formato, o Medicine Innovation Lab, da MedSenior, é um bom exemplo. O hub é dedicado à pesquisa e inovação que conecta saúde, tecnologia e pessoas, tendo como objetivo a busca de soluções tecnológicas que possam gerar benefícios aos pacientes e aumentar o bem-estar das pessoas.
Participar de um hub de inovação pode ser um grande passo para o desenvolvimento de uma startup. Para essas empresas em fase inicial de voo, estar conectadas com empresas de grande porte, investidores institucionais e outros projetos tecnológicos promove o intercâmbio de ideias, permite a aquisição de novos conhecimentos e gera maior visibilidade.
Mas ao escolher um hub para chamar de seu, “a startup deve ter em mente se seus objetivos estão alinhados ao que será oferecido pela organização”, afirma Bruno Cardoso.
Para empresas que buscam aportes financeiros, vale verificar se o hub possui um programa de investimento nas startups participantes, se possui no ecossistema empresas de venture capital ou se possui empresas em busca de soluções com potencial de investimento direto na startup.
“No caso do HUB Fucape, da Fucape Business School, há um programa de investimento direto nas startups selecionadas. “Além disso, o Hub Fucape promove a interação entre a academia e o mercado, possibilitando que alunos e professores contribuam não só para o desenvolvimento de novas tecnologias e projetos inovadores, mas também, no assessoramento às startups em seu desenvolvimento empresarial”, afirma Bruno Cardoso.
O Findeslab é outro exemplo de hub que possui programa de investimentos para os projetos selecionados ligados à indústria.
Outro projeto que merece destaque, de iniciativa da Timenow, é a Platt, que permite às startups acelerar o seu processo comercial, reduzir os custos de comercialização de suas soluções e, principalmente, se conectar com a indústria de forma mais rápida e eficaz.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória
