Por que empresas capixabas estão investindo em hubs de inovação?
Nos últimos meses, acompanhamos matérias na mídia sobre grandes startups demitindo colaboradores, pintando um cenário sombrio para o mundo do empreendedorismo. Para colocar uma perspectiva mais realista sobre o tema, Pedro Waengertner, co-fundador da ACE– uma das maiores aceleradoras de startups da América Latina, que chegará em breve ao Espírito Santo– explicou como isso impacta as startups em estágio inicial, que são a maioria. Segundo ele, menos de 1% das startups captam investimentos em sua jornada e ainda existem fundos caçando boas oportunidades.
Pedro Waengertner | A maioria das demissões ocorre quando uma startup capta dinheiro e o queima com grande velocidade, apostando que conseguirá crescer e captar uma nova rodada na sequência. Mas quando esta nova rodada não acontecem, ela é forçada a adequar sua queima de caixa para ganhar mais sobrevida. Por exemplo, o runway (quanto tempo a empresa aguenta se financiar com o caixa atual), que era de 8 meses, precisa esticar para 18 meses. E isso causa as demissões.
Este cenário impacta principalmente as empresas que levantaram grandes rodadas e não estão conseguindo crescer de acordo com o planejado. Especialmente aquelas cujos fundamentos não funcionam, como custo de aquisição de clientes alto demais, alto cancelamento de assinaturas, etc.
[Um caso recente que ilustra isso foi a onda de demissões da Coin Base, uma corretora de criptomoedas. Com a queda do valor desses ativos e a redução do volume de transações, a companhia demitiu 18% de sua mão de obra alegando que “contratou em excesso”]
Está acontecendo uma mudança na precificação no valor de mercado das empresas e isso não necessariamente é uma má notícia para os empreendedores. Existem vários fundos com dinheiro para investir e buscando boas oportunidades.
A grande maioria das startups brasileiras não são diretamente impactadas por este cenário. Menos de 1% das startups captam algum tipo de investimento em sua jornada. O número de investimentos em startups em estágio inicial (early stage) não chega perto do necessário para conseguirmos alimentar o funil de oportunidades que precisamos no Brasil.
Os fundamentos de negócio sempre foram importantes e agora serão ainda mais.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória