Espírito Startups: conheça os jurados que vão decidir quem leva o prêmio de meio milhão de reais
Em meio a uma alta de juros global, acompanhamos matérias na mídia sobre grandes startups demitindo colaboradores, pintando um cenário sombrio para o mundo do empreendedorismo. Por outro lado, investidores de startups permanecem otimistas e procuram oportunidades. Pelo menos é o que pensam os especialistas e gestores que participaram do evento de lançamento da 2ª Temporada do reality show Espírito Startups, o ‘Espírito Startups Conference’, evento que ocorreu nesta terça-feira (21) na sede da UVV Highline em Vitória.
Apesae da onda de más notícias sobre algumas startups de grande porte, o capital estrangeiro está de olho em oportunidades no Brasil e na América Latina. É o que nos contou Renato Ramalho, CEO da KPTL– casa de investimentos em startups com R$ 1,5 bilhão sob gestão.
“Sem um cenário positivo em outros emergentes, o Brasil se tornou um lugar para tomar risco– é um país emergente para onde o dinheiro deve fluir. Em uma visita a investidores americanos, ouvi muitos comentários positivos sobre o Brasil. Por isso, temos que mostrar personalidade em segmentos que dominamos mas são poucos explorados pelas startups, como o agronegócio”, disse Renato.
Já Rodrigo Quinalha, sócio da Kick Ventures, uma gestora de investimento em startups com base em São Paulo, afirma que o cenário de investimentos não está tão eufórico quanto antes, mas ainda é promissor para startups em estágio inicial.
Além disso, ele avalia que os gestores estão mais focados em aportar novamente em empresas que já investiram anteriormente — e estão dando certo, claro.
Uma redução na euforia dos investimentos em startups também foi percebida por Luis Felipe Carvalho, fundador da startup AEVO.
“Temos visto uma dificuldade maior de levantar recursos por conta dos juros altos. Os fundos do Brasil e América Latina estão com recursos para investir por mais 12 meses, depois e desse período pode ter mais dificuldade uma empresa receber aportes. A partir daí, podemos ter mais startups reduzindo funcionários e olhando para produtividade. Por um lado isso é positivo, porque até então o crescimento da startup era a qualquer custo, de forma geral”.
Concordando, Walter Maia, diretor da Timenow, abriu o jogo sobre a tese de investimento da companhia em startups (a Timenow já realizou aportes em cinco iniciativas). A ideia é valorizar muito a sustentabilidade financeira da investida.
“Na Timenow analisamos todos os fundamentos e taxa crescimento da startup, mas também olhamos para o quanto essa startup gera valor pros nossos clientes. Queremos ter um unicórnio [startup com valor de mercado bilionário) na Timenow mas consideramos mais a geração de valor como um todo do que somente crescimento exponencial”, disse Walter.
Parece mesmo que a onda dos ‘unicórnios’ que crescem dando prejuízo acabou. Prova disso é a queda vertiginosa de ações de empresas como Nubank nas bolsas de valores mundiais nas últimas semanas. Nos resta acompanhar.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória