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Praticamente toda empresa mineradora ou cimenteira conta com moinhos para processar suas matérias-primas e torná-las produtos comerciais. Uma das formas mais comuns de fazer a moagem é através de um moinho de bolas– onde o material é moído por esferas de aço dentro de uma câmara giratória. Hoje, esse mercado de corpos moedores é concentrado, o que gera uma série de dificuldades para os compradores. Para competir nesse segmento, um grupo de investidores vai aportar R$ 20 milhões na implantação da Rio Doce, uma indústria de corpos moedores em Linhares.
Sem as esferas metálicas chamadas de corpos moedores, não é possível processar minério ou cimento, e nos piores cenários, uma indústria do porte da Nassau e Vale pode ficar desfalcada.
No Brasil, existem apenas dois fornecedores de corpos moedores: um nacional e outro estrangeiro.
O grande problema desse duopólio, além dos preços altos, é que não existem alternativas caso essas empresas tenham dificuldades de fornecer as esferas de moer. Hoje, a demanda brasileira é de 213 mil toneladas por ano.
Insatisfeitos com esse cenário, um grupo de investidores liderado pelo engenheiro Marconi Alves vai investir R$ 20 milhões para entrar nesse mercado altamente concentrado.
O grupo vai instalar a fábrica de corpos moedores Rio Doce, que terá a capacidade de fornecer até 12 mil toneladas do insumo por ano.
Dentre os investidores estão Giovani Benetti, da Uai Cimentos, e Rodrigo Miranda, co-fundador e CEO da Zaitt. A captação de recursos é liderada pela Rasta Capital.
“Por atuar no ramo de cimentos e investidor de empresas de tecnologia, me senti motivado a entrar no projeto. Pelo potencial do negócio, vejo a possibilidade de um IPO da empresa na próxima década”, disse Benetti.
A indústria será instalada em um terreno de 115 mil metros quadrados no polo industrial de Bebedouro, em Linhares, e empregará 200 pessoas. Com uma produção na casa de 10,5 mil toneladas por ano, a expectativa é faturar R$ 120 milhões apenas com a primeira planta.
Segundo Marconi Alves, grandes indústrias que compram corpos moedores estão acompanhando o andamento do projeto, esperando poder contar com os insumos da Rio Doce.
A expectativa é ter um preço competitivo com relação aos concorrentes. Devido aos incentivos fiscais Investe-ES, do governo estadual, e da Sudene, ambos disponíveis em Linhares, a Rio Doce terá uma tributação significativamente menor que seus concorrentes em termos de ICMS e IRPJ.
“Os incentivos fiscais nos tornam mais competitivos no mercado nacional. Mas além disso, Linhares tem boa disponibilidade de mão de obra, infraestrutura e oferece condições para todos os níveis da empresa viverem: desde o diretor até o colaborador do chão de fábrica”, detalha Marconi.
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