Ago 2022
20
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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"ES apresentou ecossistema propício para investimentos na saúde", disse presidente da Athena

O antigo Hospital Meridional, após se tornar Kora Saúde e abrir capital na bolsa de valores, se tornou uma das maiores redes hospitalares do país. Mas, para o CEO do grupo, Antônio Benjamin, ainda é preciso crescer mais para ganhar eficiência. “A consolidação é um caminho sem volta porque a única forma de prestar serviço de qualidade com custo acessível é ter escala. Hoje a Kora tem 2,2 mil leitos, e ainda acho pequeno. Precisamos ser maiores para a conta fechar”, disse ele durante o encontro Data Business Health.

Na avaliação de Benjamin, até algumas décadas atrás, a saúde não era vista como um negócio, mas a recente virada de chave foi fundamental para o crescimento das empresas do setor. “Antes tínhamos hospitais como sociedades de médicos e hoje temos muitos hospitais-empresa, um ciclo que veio para ficar. Esse preconceito acabou, porque a sociedade percebeu que a saúde precisa ser sustentável”.

Para o presidente da Athena Saúde, que adquiriu os planos de saúde Samp e São Bernardo e o Vitória Apart Hospital, o Espírito Santo recebeu grandes investimentos privados na saúde, apesar do tamanho, pela força que o setor tem no estado.

“A penetração da saúde suplementar no Espírito Santo é alta, então o número de beneficiários é relevante mesmo comparado a estados com maior população. Com isso houve o surgimento de diversas empresas na cadeia de saúde, como hospitais e operadoras, tem um ecossistema para um fundo fazer aquisições, dar escala e eficiência para a saúde”, disse Hirota.

Gestores debatem a verticalização na saúde: qual o melhor caminho?

Nessa formação de grandes grupos de saúde, alguns players seguiram o caminho de formar redes de hospitais, como a Kora, enquanto Unimed e Athena mantiveram a aposta na verticalização, isto é, operar desde o plano de saúde até o hospital. As vantagens e desvantagens de cada um dos formatos foi tema de debate entre os painelistas no encontro Data Business Health.

Para Benjamin, o modelo verticalizado tem um controle melhor de custos, ao passo que os hospitais independentes têm melhores condições de prestar um serviço de qualidade para encantar o cliente. “Em todas as praças que entramos com bons ativos, aqueles que possam crescer e prestar serviço completo. E nunca um hospital, sempre várias unidades dentro de uma região. Estamos fazendo isso em Goiânia, Fortaleza e Brasília”, disse o CEO da Kora.

Hirota, defendeu que o modelo de remuneração ‘fee for service’, onde os planos pagam para aos hospitais pelos serviços, acelera a inflação médica, que anda bem acima do avanço da renda da população. Isso porque o incentivo é aumentar cada vez mais a demanda e o preço dos serviços médicos.

“Quando criamos a Athena, tentamos criar alinhamento de interesses entre nossa prestação de serviços e base de beneficiários para reduzir desperdícios e controlar  custos”, disse.

Alexandre Ruschi, que defendeu a verticalização da Unimed lá atrás, disse que no sistema Unimed é impossível discutir verticalização completa devido ao grande número de beneficiários. “Mas na década de 1990 para cá a qualidade da Unimed Vitória subiu rapidamente por conta de investimentos em todas as áreas”, disse ele, reforçando os bons resultados da aposta lá de trás.

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