Candidatos ao governo criticam volume de recursos em caixa e defendem mais investimentos
Apesar do recuo de 3,5% na atividade industrial capixaba no segundo trimestre de 2022- principalmente por conta do panorama econômico global- alguns segmentos como a indústria da construção civil remaram na contramão. As informações são do Indicador de Atividade Econômica da Findes. Influenciada pela retomada econômica e a redução do desemprego, a construção avançou 5,2% em comparação com o segundo trimestre do ano passado, e contrariou as expectativas de desaceleração por conta da alta da taxa básica de juros. Empresários do setor imobiliário e de construção comemoraram o resultado e reforçaram o otimismo.
O recuo da indústria capixaba deve-se ao desempenho da indústria extrativa (-11,9%) e de transformação (-1,5%), que tiveram resultados negativos, enquanto energia e saneamento (8,7%) e construção (5,2%) cresceram no mesmo período.
Os dois segmentos que registraram alta, saneamento e construção, tem um resultado positivo há sete trimestres consecutivos, quando considerada a análise interanual. No acumulado de quatro trimestres, a construção civil avança 15,1% no Espírito Santo.
Já no Brasil, a construção cresceu mais que no Espírito Santo neste segundo trimestre, com resultado de 9,9% na comparação interanual.
José Luís Galvêas, presidente da Galwan Construtora, enxerga o momento como um ciclo de retomada do mercado imobiliário após cinco anos de crise, que foram de 2014 a 2019. Agora, diz Galveas, a grande dificuldade da construção é encontrar mão de obra para preencher todas as vagas em aberto.
“Entramos em uma fase de suprir toda a demanda que ficou represada no período em que as construtoras não estavam produzindo a todo vapor. As construtoras que sobreviveram ao período de crise econômica estão retomando os investimentos. Apesar da alta dos juros, seguimos confiantes com os lançamentos no Espírito Santo”, afirmou o presidente da Galwan.
Marcelo Murad, diretor de mercado imobiliário da Apex Partners, afirmou que a partir da retomada do crescimento econômico e redução do desemprego neste ano, o mercado imobiliário teve um momento de alta.
“Com a economia aquecida, os consumidores passam a tomar decisões de investimento de longo prazo. A taxa de juros subiu mas o consumo não foi afetado na mesma proporção, porque reflexo na taxa de financiamento não foi tão alto. Por outro lado, os compradores que buscam investimento reduzem o apetite por imóveis no momento porque a renda do aluguel não fica tão atrativa quanto os retornos do mercado financeiro”.
Daniel Aoni, diretor-executivo da imobiliária Aoni Imóveis, afirma que, apesar de as vendas de imóveis em 2022 não serem iguais ao ano “eufórico” de 2021, a demanda não cessa.
Para ele, a alta dos juros e o cenário político não frearam o ritmo do mercado imobiliário até o momento.
“Apesar da taxa Selic mais alta, as vendas de imóveis de médio e alto padrão seguem aquecidas e seguem um ritmo consistente. Desenvolvedores imobiliários olham para a demanda e seguem animados em construir, principalmente em localizações mais valorizadas e com escassez de terrenos”, completa Aoni.
Nesta quarta-feira (21/9), o Sistema OCB/ES vai divulgar os principais indicadores registrados pelas cooperativas do Espírito Santo no último ano. Informações como a participação no Produto Interno Bruto (PIB) nominal do estado, a evolução no número de cooperados e a contribuição para os cofres públicos estão entre os dados que serão apresentados.
A divulgação vai ocorrer durante o evento virtual de lançamento do Anuário do Cooperativismo Capixaba 2022, publicação elaborada pelo Sistema OCB/ES com o intuito de compilar, em um mesmo lugar, os dados mais relevantes desse modelo de negócio no estado. O público interessado poderá acompanhar a transmissão no canal da instituição no Youtube, a partir das 16h.
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