O Grupo Águia Branca (GAB), que reúne empresas principalmente do setor de logística e transporte de passageiros, segue em ritmo de crescimento acelerado com a projeção de dobrar de tamanho até 2025. Com investimentos volumosos nesse período– que devem beirar os R$ 6 bilhões– o Grupo também aposta em fusões e aquisições em setores correlatos, além de aportes em iniciativas tecnológicas. Em entrevista à coluna Mundo Business, Renan Chieppe, Presidente do GAB, fala sobre a estratégia do conglomerado nos próximos anos e reforça que vai manter os investimentos independentemente do cenário político.
Mundo Business: O crescimento do GAB foi acentuado logo após a fase mais crítica da pandemia e a retomada do setor de transportes. Quais são as perspectivas em termos de faturamento daqui em diante?
Renan Chieppe: No ano passado tivemos um crescimento expressivo em relação à pandemia. Quando saímos do período mais grave da doença, a receita avançou muito porque diversos segmentos do Grupo sofreram restrições; acumulamos crescimento e recuperação. No ano passado, fechamos o ano com R$ 10 bilhões de volume de negócios, e neste ano, o número deve chegar a R$ 13 bilhões– um crescimento em torno de 30%.
Mundo Business: Como as fusões e aquisições de outras empresas vão contribuir para o avanço do Grupo?
Renan Chieppe: Combinamos uma estratégia de crescimento orgânico, desenvolvendo esforços nas áreas que nós já atuamos, com aquisições em áreas já conhecidas, principalmente no setor de transporte, turismo e viagens. Na área de aluguel de frotas, por exemplo, podemos crescer organicamente ou por aquisições. Nós não descartamos aquisições em frentes de negócios até então inéditas no Grupo.
Na área de comércio de veículos seguimos com a estratégia de aquisições. Adquirimos uma operação da Toyota em Brasília, da Jeep em Juiz de Fora e Petrópolis e na Vix Logística, incorporamos a Servicarga, que é líder em transporte de chassis de ônibus. Em breve, termos mais anúncios de aquisições em áreas já conhecidas.
Mundo Business: Recentemente o GAB anunciou a aquisição da operadora de viagens Agaxtur. Qual foi a estratégia dessa investida?
Renan Chieppe: A Agaxtur é uma operadora de viagens com 70 anos de história que tem uma rede de agências franqueadas. Após a aquisição, mantivemos o CEO atual e estamos trazendo um ex-CVC para a empresa. Essa é uma oportunidade de trazer novos conhecimentos na área de passageiros.Através dela vamos comercializar produtos clássicos do turismo, como pacotes de viagens domésticas e internacionais, inclusive roteiros rodoviários de luxo na Europa.
Além disso, abrimos uma importante frente em pacotes de cruzeiros. Nosso objetivo daqui em diante é desenvolver o ´figital´, que une a força do digital com os pontos físicos. A ideia é somar esforços para tornar a empresa ainda maior.
Mundo Business: No início do ano o GAB iniciou as atividades da plataforma de transportes Squad Viagens. Como essa “startup” se desenvolveu desde então?
Renan Chieppe: A Squad é uma plataforma de mobilidade para eventos e pacotes turísticos rodoviários, sendo esses com saída apenas de São Paulo. Nós operamos em eventos grandes como LollaPalooza, Fórmula 1 e contamos com 480 veículos entre vans e ônibus para isso. Podemos operar através de terceiros em qualquer local do Brasil, conectando fornecedores ao nosso sistema.
Mundo Business: As mudanças no cenário político nacional afetam de alguma forma as perspectivas de investimento do Grupo?
Renan Chieppe: Não fizemos plano para situação A ou B. Fizemos um plano para o Brasil e queremos seguir em frente. Esse momento requer atenção, mas estamos confiantes que o ambiente de negócios vai se manter favorável.
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