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As oportunidades de crescimento para o Brasil foi o tema que o presidente da Codesa, Ilson Hulle, e o economista e diretor executivo do Instituto Mises Brasil, Adriano Paranaiba, comentaram durante o primeiro dia do 10° Fórum Liberdade e Democracia de Vitória. Além dos dois participantes, o Instituto Líderes do Amanhã trouxe para a capital capixaba grandes nomes do cenário político e econômico nacional – incluindo o vice-presidente da República, Hamilton Mourão – para dialogar com o empresariado capixaba entre os dias 3 e 4 de novembro. Ilson Hulle comentou sobre os primeiros meses de gestão da Codesa, que administra o Porto de Vitória. Confira a seguir.
O presidente da Codesa, Ilson Hulle, está no comando da Codesa desde 21 setembro, mas já estabeleceu quais são as prioridades para os próximos anos. O executivo ressaltou para uma plateia no Centro de Convenções que assumir um negócio que era uma estatal é um desafio a ser enfrentado.
Além de estabelecer um novo fluxo para atender a administração privada, ele conta que foi necessário adotar procedimentos para que a empresa continuasse oferecendo os serviços aos usuários de forma adequada.
Mudanças que envolvem processos administrativos e operacionais precisam ser realizadas a curto e longo prazo, conforme destacou durante o Fórum promovido pelo Instituto Líderes do Amanhã.
A curto prazo vão ser realizadas reformas nos galpões, dragagem de manutenção e definidas ações de negócios para os galpões. Depois, ele avalia que será necessário criar um Plano Estratégico, analisar a vocação e os objetivos de crescimento e, por último, provocar uma mudança cultural dos funcionários com a empresa, de modo que eles se adaptem ao formato de gestão e ao ambiente meritocrático.
O executivo explica que no primeiro mês de gestão foi possível identificar demanda reprimida por novos negócios no Porto de Vitória. “Várias empresas estavam dispostas a fazer negócio no Espírito Santo em determinados momentos do passado, mas por questões de interlocução ou pelo modelo de negócios público, elas desistiram. Estamos agora tocando esse ativo com várias oportunidades. ”, disse.
Durante sua apresentação para o empresariado, ele destacou as áreas portuárias que estão ociosas e disponíveis para a concretização de novos projetos. No entanto, ainda não especificou quais tipos vão ser priorizados.
Como a coluna noticiou recentemente, a área dos Armazéns do Cais deve se tornar um polo turístico, gastronômico e cultural, para apoiar na revitalização do Centro da cidade e atrair capital e fluxo de pessoas para Vitória.
Ilson Hulle destaca que apesar da privatização, a essência de atender os interesses econômicos do Estado do Espírito Santo deve continuar. Segundo projeção do empresário, 30% dos veículos que são importados no Brasil entram pelo porto, além dele ser um local estratégico para a importação de fertilizantes para a região Centro Oeste do país.
A Codesa movimentou 8,2 milhões de toneladas em 2021. Fazendo referência ao Porto de Vitória como um diamante que precisa ser lapidado, Ilson acredita no potencial de transformação do Espírito Santo em um hub logístico, ampliando este número para 14 milhões de toneladas em breve.
A conclusão do processo de privatização da Codesa coloca em perspectiva uma série de investimentos de modernização que somarão R$ 855 milhões ao longo do período de concessão de 35 anos.
Michiel Bassul, diretor institucional do Instituto Líderes do Amanhã avalia que o Fórum de Liberdade e Democracia é um momento de conectar o setor produtivo capixaba com grandes lideranças do cenário nacional.
“O Líderes do Amanhã é um instituto que forma jovens lideranças empresariais com os mesmos valores e princípios sólidos e que prioriza a liberdade de expressão, o estado de direito, a responsabilidade individual, a propriedade privada e economia de mercado. Acreditamos que é por meio dos indivíduos que é possível fomentar o ambiente de negócios e gerar prosperidade para a sociedade’’, disse Bassul.
Dando continuidade ao painel sobre os desafios e as oportunidades de crescimento para o Brasil, o economista e diretor executivo do Instituto Mises Brasil, Adriano Paranaíba, levou para o debate suas considerações a respeito das privatizações. Para ele, deixar o investimento em infraestrutura e logística na mão do Estado é um dos motivos para o atraso nacional.
Com isso, as recomendações para uma mudança radical no Brasil são: “acabar com infraestrutura estatal, ou seja, privatizar e abrir mercado para justamente gerar concorrência; acabar com a posse de terras estatais; acabar com o Ministério da Infraestrutura; acabar com agências reguladoras; e permitir mecanismos de autorregulação”.
Durante a sua passagem pelo Espírito Santo, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, reforçou que o Governo Federal precisa se desfazer de ativos que não geram lucros.
“O nosso governo foi cuidadoso em escolher os gestores das empresas públicas, mas são mais de 400 empresas que o governo tem controle direto, indireto ou algum tipo de participação. Entre as 43 empresas que o governo têm controle direto, 19 dão prejuízos. No ano passado, tivemos que injetar R$ 24 bilhões do Tesouro para que essas empresas fechassem o seu orçamento”, afirmou o general Mourão.
Ele sinalizou que os recursos poderiam ter sido usados para investimentos em rodovias, ferrovias e melhoria nas áreas da saúde e educação.
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