Em expansão para o Norte, Samp quer adicionar 30 mil vidas a sua carteira em 2023
A capixaba Vila Porto, considerada a maior importadora de vinhos do país, vai encerrar 2022 com um volume de importação entre 23 milhões e 24 milhões de garrafas, se posicionando como a maior do país nesse tipo de operação. A empresa se destaca por operacionalizar a importação de uma das principais vinícolas do mundo, a chilena Concha y Toro.Neste ano, a empresa, que também importa tecidos de luxo e cafés industrializados, investiu na ampliação de seus armazéns de Vila Velha, Itajaí e São Paulo para sustentar o crescimento e no ano que vem vai ampliar sua frota para fortalecer a logística de distribuição de vinhos próprios. Sobre os planos da Vila Porto, conversamos com João Bosco Campos, fundador e presidente.
Mundo Business: Como o mercado de importação de bens de alto valor, como vinhos e tecidos se comportou nos últimos anos?
João Bosco: Com a pandemia, a importação de tecidos, um dos nossos principais produtos, caiu muito, ninguém saia de casa, para igreja, festas, trabalho e etc, “faziam reuniões por vídeo de camisa social e calça de pijama”. Em compensação, estando em casa as pessoas cozinhavam mais e nada como um bom vinho para harmonizar, e também para relaxar, daí a importação de vinho cresceu muito.
Terminada a pandemia, o mercado têxtil reagiu, voltando a normalidade e o de vinhos praticamente estacionou, não tendo um crescimento tão expressivo neste ano pós pandemia.
MB: A empresa realizou investimentos neste ano?
JB: Nesse ano tivemos que ampliar nossos armazéns em Vila Velha, Itajaí e São Paulo e vamos fechar com um crescimento de receita e lucro. No ano que vem, vamos aumentar a frota de caminhões e veículos menores para entregas.
MB: A empresa planeja expandir a operação de vinhos próprios no ano que vem?
JB: Sim, estamos com nossa distribuição de vinhos próprios crescendo muito e temos que nos estruturar para ter nossos rótulos em todos os municípios brasileiros.
MB: Quais são os principais desafios das empresas importadoras no Espírito Santo?
JB: Nosso porto não recebe grandes navios, e a cada dia menos rotas para cá, com isto os fretes marítimos ficam muito diferentes dos demais estados, bem mais caros, tornando o estado menos competitivo.Temos que estar onde nossas cargas chegam mais rápidas e mais baratas. Temos também que entregar as nossas importações aos nossos clientes com menor tempo e menor custo. A interrupção da duplicação da BR-101, até o Rio de Janeiro, nos desanima muito, não dá mais para conceber uma rodovia tão importante que corta todo o Brasil tendo somente pista única em cada sentido.
MB: Qual a importância dos investimentos em logística na sua visão?
JB: O presente e o futuro dependem da logística. A cada dia, as pessoas estão menos dispostas a esperar tempos longos de entrega das mercadorias, afinal vivemos em um mundo de informação em tempo real. Por isso, precisamos de cada vez mais investimentos em infraestrutura, com o governo atuante e parcerias entre o setor público e privado.
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