Após um ano sem a estreia de empresas na bolsa de valores brasileira, o mercado financeiro enxerga um espaço considerável para novas aberturas de capital (IPO ou Initial Public Offering) em 2023– valor que pode chegar a R$ 100 bilhões de acordo com o jornal Valor Econômico. A expectativa gira em torno das empresas da economia real, como varejo, óleo e gás, energia e saneamento. Nesse grupo de companhias cotadas para o IPO, estão duas gigantes do saneamento que atuam no Espírito Santo: a BRK Ambiental e a Aegea.
Hoje, quase 35 milhões de pessoas no Brasil vivem sem água tratada e cerca de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto, segundo dados do Governo Federal.
Para as empresas de saneamento, esses números representam um mar de oportunidades para solucionar o desafio de água e esgoto em milhares de municípios através de Parcerias Público-Privadas (PPP)– quando o governo concede a exploração de um serviço público para uma empresa privada, visando atração de investimentos e melhor eficiência operacional.
Mas como todo contrato de concessão demanda altos investimentos, essas empresas precisam de muito capital para expandir. Esse é um dos motivos para as empresas como BRK Ambiental e Aegea estarem entre as cotadas para abrirem capital na bolsa no ano que vem.
Tanto a BRK Ambiental quanto a Aegea são empresas de fora do Espírito Santo que entraram no mercado capixaba através de PPPs. Desde então, somaram R$ 2 bilhões em investimentos concluídos e contratados no Espírito Santo.
A BRK Ambiental assinou o contrato de concessão para os serviços de abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgoto para a área urbana de Cachoeiro de Itapemirim em 1998 e já empenhou mais de R$ 400 milhões em investimentos na cidade– somente no ano passado foram R$ 12 milhões. Atualmente, 99,57% da população do município é abastecida com água potável, e 98,5% do esgoto gerado é coletado, dos quais 98,15% é tratado.
A Aegea, que atua desde 2015 no Espírito Santo, em Vila Velha e Serra, passou a operar o tratamento de esgoto de Cariacica, além de assumir uma série de obras de infraestrutura sanitária na cidade. Em 30 anos de concessão, a empresa vai investir R$ 1,7 bilhão nas três cidades. Em 2021, a Aegea registrou uma receita líquida de R$ 2,9 bilhões e prevê crescimento neste ano.
Em nota, a Aegea informou que “o IPO é uma possibilidade sempre avaliada pela empresa e que depende de alguns fatores, como condições de mercado e da decisão em conjunto” com seus acionistas.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória
