Jan 2023
17
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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Setor imobiliário e logístico podem ser prejudicados caso a Americanas vá a falência

Se tratando de uma empresa listada na Bolsa de Valores, e principalmente, submetida ao chamado Novo Mercado, um grupo que presume um altíssimo nível de transparência e governança corporativa, a situação da Americanas assume contornos ainda mais assustadores.

Em razão dessas condições, a empresa, além dos controles internos das práticas contábeis, é submetida à auditoria externa de forma recorrente, e é no mínimo curioso que uma distorção deste monte não tenha sido sequer vislumbrada durante todo esse período. Tal situação pôs em xeque a atuação da empresa de auditoria externa responsável por averiguar as anotações de custos financeiros da varejista.

No último balanço anual – referente a 2021 –, os assuntos contábeis sequer foram sinalizados como pontos de atenção. Inclusive, à época, o relatório da auditoria apontou que as demonstrações de contabilidade apresentavam adequado desempenho em suas operações.

No mercado de capitais brasileiro, os reflexos do escândalo podem ser colossais. As ações da Americanas (AMER3) chegaram a sofrer queda de quase 90% do seu valor de mercado nos últimos pregões e a empresa encontra-se com um enorme déficit contábil.

O advogado Pedro Dias, da APD Advogados, analisa que o caso pode trazer impactos para o Espírito Santo, estado onde a companhia tem forte atuação.

“Caso os acionistas decidam pela recuperação e reestruturação da empresa, a venda de ativos como o Hortifruti, avaliado em pelo menos R$ 2 bilhões, pode estar em jogo. Caso os acionistas deixem a empresa quebrar, muitos empregos diretos e indiretos podem estar em jogo, e gerar um efeito em cascata que pode respingar em setores como logística e imobiliário”.

“O efeito de todo esse imbróglio pode ser ainda muito mais profundo do que se pode enxergar num primeiro momento, isso porque os maiores bancos do país são os maiores credores da empresa, e em cifras bilionárias. O efeito da inadimplência pode interferir direta e substancialmente no resultado financeiro de gigantes como Banco do Brasil e Bradesco”, acrescenta Dias.

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