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O valor total de aviões e helicópteros importados pelo Espírito Santo chegou a US$ 900 milhões (cerca de R$ 5 bilhões) em 2022, um recorde histórico. Essa cifra representa um crescimento de 31% com relação ao ano passado e é quase nove vezes maior que a de 2016, quando o valor total foi de US$ 102 milhões. Há anos, o estado se consolida como a principal porta de entrada para aeronaves importadas, sobretudo da aviação executiva, e em 2022 essa categoria de importações atingiu seu auge.
Afinal, por que o Espírito Santo é o maior importador de aeronaves do país, concentrando 90% das unidades que desembarcam no Brasil? Segundo Rodolpho Pandolfi, advogado especialista em operações de comércio exterior, essa vocação está ligada à facilidade dos importadores cumprirem com os processos burocráticos e aos incentivos fiscais estaduais.
“No Espírito Santo temos uma maior agilidade da Receita Federal em liberar as importações por conta da alta disponibilidade de slots, os espaços disponíveis para um auditor cumprir os procedimentos de importação”, afirma o advogado.
Segundo ele, “em outros aeroportos existe maior escassez e maior lentidão da Receita Federal. Além disso, empresas capixabas que importam têm incentivos tributários como Compete-ES, que reduz o ICMS da operação. Na prática, a trading dá entrada pelo Espírito Santo e a aeronave segue para o estado em que será utilizada”.
O crescimento das importações pelo Espírito Santo também está ligada ao crescimento do mercado de aviação executiva no Brasil nos últimos anos.
Esse avanço foi possível graças a marcos regulatórios que permitem propriedade compartilhada, os quais permitem a divisão de custos de compra e manutenção.
“Quando a aeronave não está sendo utilizada por um dos donos, pode fazer táxi aéreo regular, o que pode gerar receita suficiente para cobrir todas as despesas da aeronave. Hoje, a aviação executiva é mais acessível do que jamais foi”, completa Pandolfi.
Um capixaba proprietário de aeronave particular aponta que a economia de tempo e flexibilidade justifica um investimento que pode passar dos milhões de dólares.
“O avião particular dá maior agilidade no deslocamento e acesso a aeroportos não atendidos pela aviação regular, principalmente quando se trata de aeroportos privados e fazendas. Também entram em jogo questões como conforto e privacidade. Para quem opta por não adquirir, o aluguel de um avião pode sair mais barato que a aviação comercial quando se viaja em grupos maiores”.
Essas aeronaves particulares foram regularizadas no estado e pertencem a empresas e empresários de todo o país. Veja a lista:
Gulfstream G650ER: R$ 378 milhões
Bombardier Global 6000: R$ 350 milhões
Gulfstream G500: R$ 247 milhões
Dassault Falcon 7X : R$ 286 milhões
Dassault Falcon 900EX: R$ 214 milhões
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