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O professor e pesquisador Pablo Lira assumiu, em janeiro, o cargo de diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), autarquia estadual responsável por produzir conhecimento sobre a realidade do Espírito Santo e os principais indicadores econômicos, inclusive de produção industrial, importação, exportação, construção civil, Produto Interno Bruto (PIB) e investimentos no estado. Com mais de uma década de experiência no instituto, Lira listou as principais iniciativas conquistadas pelo IJSN até o momento.
Mundo Business: O instituto divulga, anualmente, informações sobre os investimentos anunciados no Espírito Santo e informações relevantes a respeito da economia capixaba. Qual é a importância disso para os investidores?
Pablo Lira: O Jones é uma instituição com 47 anos de história e nos últimos anos vem expandindo a visibilidade e gerando informações para garantir os valores da cientificidade, transparência e credibilidade das informações que auxiliam a sociedade no acesso a informações públicas de áreas estratégicas para o desenvolvimento do estado, do setor público e municípios.
Estão disponíveis informações estratégicas nas áreas da economia, social e do planejamento urbano e regional do Espírito Santo, principalmente para os empreendedores que pretendem trazer os seus negócios para o estado ou até mesmo para aqueles que querem expandir as operações.
Além do detalhamento no acesso as informações no campo econômico sobre comércio exterior, PIB, PIB per capita, renda, investimentos anunciados e concluídos no estado.
O pesquisador, cidadão ou investidor pode ter acesso às informações sobre segurança pública como, por exemplo, quais são as áreas mais seguras para o transporte de cargas no estado. O Espírito Santo vem melhorando os seus índices de violência e as empresas têm uma maior segurança para transportar as cargas no território capixaba do que em outros locais, como o Rio de Janeiro.
MB: Como esses dados ajudam na tomada de decisão e planejamento estratégico do governo do estado na construção de políticas públicas?
PL: Em 2011, na primeira gestão do governador Renato Casagrande, o instituto ficou com a responsabilidade de desenvolver os trabalhos técnicos para elaboração do Plano de Desenvolvimento Estratégico do Espírito Santo 2030. O plano foi desenvolvido em parceria com o setor produtivo capixaba. Para a construção, nós visitamos as dez microrregiões para ouvir as expectativas dos capixabas e as lideranças do setor produtivo e poder público municipal para traçar metas para o estado até 2030.
Em 2019, nós começamos a elaborar o projeto de desenvolvimento regional sustentável em parceria com várias secretarias, especialmente a Secretaria de Economia e Planejamento (SEP) e a Secretaria de Desenvolvimento (Sedes). Implementamos um amplo diagnóstico das microrregiões do Espírito Santo para auxiliar o planejamento e a tomada de decisão nos 78 municípios.
As informações são utilizadas nos nove conselhos de desenvolvimento regional sustentável e envolvem todas as lideranças regionais do estado.
MB: Em 2021, o Espírito Santo tinha 107 projetos na carteira de investimentos, mas no ano passado este número caiu para 54. Por quais motivos?
PL: Estamos monitorando nos últimos anos o crescimento dos investimentos. No entanto, no passado vimos a redução dos investimentos nessa carteira de investimentos. A redução dos investimentos não significa que houve uma diminuição do interesse dos investidores no território capixaba.
Na verdade, houve um aumento na conclusão dos projetos. Após a conclusão, eles saem da carteira de investimentos anunciados e entram na parte de concluídos. Quando um projeto robusto é concluído, ele sai da carteira e ocorre uma redução no valor final, como o caso do Estaleiro em Aracruz.
MB: Qual a importância para o empresário acompanhar os dados de investimentos?
PL: Esse monitoramento dos investimentos anunciados é uma metodologia que foi desenvolvida há mais de quinze anos. Hoje, é um produto muito acessado por diversos setores.
Os investidores podem usar os dados do painel para identificar as potencialidades do estado e dos municípios. No imobiliário, por exemplo, é possível acompanhar o vetor de crescimento imobiliário no estado, os tipos de condomínios mais utilizados, os locais com maior número de estabelecimentos comerciais, shoppings centers, entre outros.
MB: Quais são os seus planos e objetivos para essa nova fase do IJSN?
PL: A nossa missão é intensificar os trabalhos que vêm sendo realizados no IJSN. O Instituto tem uma rede de parceiros com diálogo perene e profícuo visando a produção do conhecimento para subsidiar o planejamento e a tomada de decisão do governo do estado, bem como do setor produtivo.
Nós temos um diálogo aberto com o Fórum de Entidades e Federações (FEF), com o Espírito Santo em Ação, entre outros. A ideia é estreitar, cada vez mais, os laços para produção de informação estratégica sobre o estado, conectando esse conhecimento com o Brasil.
Queremos trazer para o Espírito Santo o que há de melhor em investimento, tecnologia da informação, comunicação e inovação para que o estado possa aproveitar a fronteira da produção de conhecimento tecnológico e atrair mais empreendimentos para cá.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória