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De acordo com fontes consultadas pelo Estadão, a venda do Hortifrúti Natural da Terra, da Americanas, já é dada como quase certa, e tem dentre os interessados a gestora Pátria, com quem as negociações estão mais avançadas, e a rede de supermercados carioca Zona Sul. Fundado em 1989 em Colatina, Espírito Santo, por Gilberto Lopes e Tadeu Fachetti, o Hortifruti foi adquirido pela Americanas há cerca de um ano e meio, por R$ 2,1 bilhões. Atualmente, a Hortifruti possui uma rede de 73 lojas em quatro Estados, usando a bandeira Hortifruti em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro e a marca Natural da Terra em São Paulo.
O fundo Pátria Investimentos participou da consolidação do setor de saúde privado do Espírito Santo com a aquisição das operadoras de saúde SAMP e São Bernardo e do Hospital Vitória Apart, em um movimento que iniciou em 2018.
Agora o interesse do Pátria é em outra empresa de origem capixaba, o Hortifruti, que foi adquirida pela Americanas em 2021, segundo fontes.
Recentemente, a empresa deu entrada em um dos maiores processos de recuperação judicial da história do país após constatar dívidas de R$ 43 bilhões.
A venda desse ativo poderia ser uma alternativa para amenizar a complicada situação de caixa da companhia, já que o Hortifruti foi comprado recentemente e é considerado um “CNPJ limpo”.
“Dentro do plano de recuperação judicial podem estar previstos desinvestimentos em certas frentes para a Americanas se capitalizar. O administrador judicial poderá definir sobre a venda de determinados ativos como via de preservação do funcionamento da atividade empresarial principal. Essa, na verdade, é uma das alternativas mais viáveis, já que empresas como Hortifruti são uma parte valiosa e saudável da companhia, e, aparentemente, não foi prejudicado pela crise”, afirma Pedro Dias, sócio da APD Advogados.
Dias compara que a venda de ativos valiosos foi uma das estratégias adotadas por muitas empresas, como a Oi, durante seus processos de recuperação judicial.
Outra possibilidade, considerada pelo especialista como menos provável, é contrair empréstimos com garantia das unidades de negócio, a fim de que a empresa possa obter o dinheiro de que precisa mesmo antes de ter seu plano de recuperação judicial aprovado.
“A empresa passa por uma crise grave e as condições para um empréstimo podem ser muito desfavoráveis nesse momento”, afirma.
O Pátria tem apostado em investimentos em varejo e já comprou participações em redes do segmento, como Supermercado Avenida, em meados do ano passado.
Além disso, o CEO da Plurix, empresa do Pátria para o segmento de varejo alimentício, conhece de perto o negócio, já que ocupou no passado cargo de CEO do Hortifrúti.
Vale lembrar que a relação da companhia que tem como acionista Jorge Paulo Lemann com o Espírito Santo é de longa data. A Americanas possui 20 lojas na Grande Vitória e no interior, inclusive nos principais shoppings center, e adquiriu a rede Hortifruti e a startup Shipp, que passou a se chamar Americanas Delivery.
O Pátria não se manifestou publicamente sobre o assunto. Já a Americanas negou a venda da empresa para o jornal Valor Econômico.
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