Hub de Gente conclui seu primeiro ciclo e leva soluções para o RH de empresas capixabas
Na última semana, o Ministério de Minas e Energia de Luiz Inácio Lula da Silva solicitou à Petrobras a interrupção das vendas de seus ativos por 90 dias, medida que preocupou o setor produtivo capixaba. No Espírito Santo, por exemplo, os negócios em curso – que podem ser comprometidos com a suspensão – somam US$ 619 milhões em dois contratos já assinados e que ainda aguardam desfecho. Para entidades do setor produtivo, como Findes e Rede Petro, a paralisação dos desinvestimentos da Petrobras compromete o avanço das petroleiras independentes, conhecidas como ‘junior oils’, que estão trazendo mais produtividade para campos “abandonados” pela gigante do óleo.
Ao assumirem os campos de petróleo da Petrobras, as petroleiras independentes estão ampliando suas atividades para além do que tinha a estatal.
Segundo um levantamento do jornal O Globo, a projeção é que a produção das ‘junior oils’ passe dos atuais 225 mil barris diários para 500 mil em 2029. Há uma perspectiva de R$ 40 bilhões em investimentos.
No Espírito Santo, o aumento da participação das pequenas e médias empresas nesse mercado, inclusive, tem contribuído para a produção de óleo e gás no Espírito Santo e no Brasil.
Com uma estrutura de custos mais enxuta, as petroleiras independentes investem na recuperação de campos maduros e aumentam sua produção– gerando mais empregos e movimentando a cadeia de fornecedores locais.
“A Petrobras está direcionando seus esforços para o offshore [extração de petróleo no mar], deixando o onshore [extração de petróleo em terra] em segundo plano. O onshore não oferece a mesma rentabilidade que o offshore e, por isso, a Petrobras parou de investir na revitalização e na abertura de novos poços”, explica Rafaele Cé, presidente da Rede Petro ES.
PETROLEIRAS INDEPENDENTES MULTIPLICARAM PRODUÇÃO DE POÇOS “ABANDONADOS”
Um ‘case’ de sucesso das ‘junior oils’ no Espírito Santo é a atuação da Capixaba Energy no Polo de Lagoa Parda, no Norte do Estado. A Petrobras produziu gás natural e petróleo por décadas em Lagoa Parda, que já é considerado um polo maduro, mas após a sua venda em 2020 para a Capixaba novos investimentos quintuplicaram a produção diária nos poços que estavam ativos nessa área.
Já o Polo Cricaré, que foi adquirido pela Seacrest há pouco mais de um ano, viu sua produção diária crescer de 700 barris de petróleo para 2.100 barris. No plano de negócios para o norte do estado, estipula elevar a 30 mil barris por dia a atual produção diária de 2 mil barris e gerar 3500 empregos diretos em cinco anos.
Dois outros polos de óleo e gás que olhavam para um futuro de maior produtividade podem sofrer retrocessos com a nova medida da Petrobras. São eles o Polo Norte Capixaba, vendido para a Seacrest Petróleo, por US$ 544 milhões, e o outro são os Polos Golfinho e Camarupim, vendidos para a BW Energy, por US$ 75 milhões, que podem ser prejudicados.
“Se a Petrobras quiser retomar a produção em terra, será necessário um investimento significativo e, mesmo assim, as empresas independentes podem oferecer uma alternativa mais rápida e ágil. As empresas independentes, além de mais ágeis, contratam mais do mercado local e movimentam a economia capixaba”, argumenta Rafaele Cé.
A Federação das Indústrias do ES (Findes) acredita ser “determinante a retomada imediata das negociações relacionadas aos ativos para garantir a continuidade de projetos que contribuem para o crescimento do setor de óleo e gás e para o desenvolvimento do Espírito Santo”, escreveu a entidade em nota.
Ainda segundo a Federação, a venda dos ativos da Petrobras irão “viabilizar a entrada de novos players no mercado que podem incentivar a inovação e a modernização dos processos produtivos, com possibilidade de aumento do número de fornecedores de petróleo e gás, celebração de acordos para o acesso às infraestruturas essenciais, trazendo benefícios para toda a cadeia produtiva”.
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