Mar 2023
27
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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“Vila Velha vive um momento com o lançamento de bons empreendimentos”, diz Galvêas

Mundo Business: A valorização do metro quadrado tem sido perceptível em Vila Velha. Apesar das interrogações sobre o ambiente econômico do país, o senhor acha que a alta demanda do mercado imobiliário deve continuar nos próximos anos no estado?

José Luís Galvêas: Essa é uma pergunta que vale ouro porque eu mesmo não consigo entender os motivos que levam a ter tantos interessados em investir em imóveis no momento em que a Selic está em 13,75%. Por outro lado, o investimento é justificável porque o imóvel é palpável e permite que a pessoa acompanhe a expansão da obra.

Na construção civil, cerca de 50% do valor do apartamento é para irrigar a mão de obra e os demais são gastos com materiais. Às vezes até mais de 50% é gasto com mão de obra.

Esse é um setor que alimenta o mercado e é importante para a cadeia produtiva como um todo. Existe movimentação desde o motorista de caminhão que leva o cimento até o vendedor de água de coco que está próximo à obra.

MB: A Galwan Construtora em quase 40 anos de história tem 1,5 milhão de metros quadrados construídos. Como está o momento atual do mercado imobiliário?

JG: Quando existia o Banco Nacional da Habitação (BNH), empresa voltada ao financiamento de empreendimentos imobiliários, o mercado tinha uma boa irrigação de recursos.

As coisas mudaram a ponto de acabar com o BNH e existir uma enorme dificuldade para conseguir um financiamento para habitação. Até que vieram a alienação fiduciária e o patrimônio de afetação, que são duas coisas que existem dentro do modelo de obra a preço de custo.

Quando o mercado financeiro entrou para irrigar a construção civil e depois da alienação fiduciária, que deu mais segurança aos bancos, o mercado cresceu absurdamente. Além disso, teve a abertura de capital das empresas de construção civil na bolsa de valores.

Com mais dinheiro irrigado na construção civil, algumas empresas foram bem, outras aplicaram mal e outras não souberam conviver com o dinheiro e a responsabilidade.

Hoje, o mercado está mais maduro e as empresas estão mais conscientes, não precisam lançar por lançar ou somente porque fizeram um IPO. Elas também têm a opção de aplicar no mercado financeiro para rentabilizar.

MB: Qual é a aposta do mercado imobiliário para os próximos anos em Vila Velha?

JG: Vila Velha praticamente acabou com os alagamentos, esse era um problema crônico que afetava a cidade. É importante ver o governo do estado e o municipal unidos na mesma causa e investindo nas instalações de estações de bombeamento. Espero que, em breve, as pessoas nem se lembrem mais dos alagamentos na região. Além do mais, ainda tem outras estações de bombeamento para serem feitas.

Um outro problema que foi resolvido na cidade é a desobstrução de vias como aconteceu em Itapuã, com a desapropriação do Chalé Motel para transformar uma rua interrompida e ligar o bairro com o Centro de Vila Velha. Acredito que também está na programação a ligação de outras vias dos bairros.

Eu acredito muito na cidade. Vila Velha vive um momento com o lançamento de bons empreendimentos e que trazem em sua composição estruturas diferenciadas.

Estamos vendo um grande desenvolvimento na Praia da Costa e em Itaparica. No Jockey de Itaparica tem projetos arrojados sendo implementados com dois prédios prontos do Grupo Opportunity que, inclusive, está dentro do modelo que deu muito certo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Além disso, tem o prédio de 50 andares da Grand Construtora sendo construído com muita propaganda, que apresentou a cidade aos americanos. É super importante colocar um prédio daquele nível na Rodovia do Sol, que é um local transitado. Isso eleva a cidade. É por isso que eu digo que as empresas que se instalam no estado são patrimônio dos capixabas.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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