Abr 2023
28
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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Produção de petróleo em terra no ES atingiu o menor nível em 20 anos

A queda na produção de petróleo e gás no Espírito Santo deve-se a três fatores, segundo o Anuário da Indústria de Petróleo e Gás do ES: problemas operacionais enfrentados pelas FPSOs (navio de extração de petróleo) Cidade de Anchieta e Cidade de Vitória; descomissionamento da FPSO Capixaba; e declínio natural da produção dos campos em produção no estado.

A exploração  de petróleo e gás natural no mar (offshore) no Espírito Santo em 2022 sofreu a maior queda no ano passado, com retração de 35,5% e 37,9%, respectivamente, em relação ao ano anterior. Isso se deve ao desempenho da produção nos poços da camada pré-sal, que perderam aproximadamente a metade de sua produção.

A produção onshore também teve queda em 2022, sendo de 2,6 milhões de barris de petróleo e 21,9 milhões de m³ de gás natural, uma queda de 12,9% e 16,1%, respectivamente, em relação ao ano anterior. O estado atingiu o menor nível de produção de petróleo onshore em vinte anos.

TENDÊNCIA DE QUEDA DEVE SER REVERTIDA ENTRE 2024 E 2025

Apesar da queda na produção de petróleo e gás natural no Espírito Santo em 2022, a expectativa é de uma retomada nos próximos anos, impulsionada pela operação de novas plataformas e campos.

A reversão da tendência de queda da produção é esperada na passagem de 2024 para 2025, quando a Petrobras pretende colocar em funcionamento uma nova plataforma no Parque das Baleias (FPSO Maria Quitéria) e a PetroRio planeja dar início à extração no campo de Wahoo. Além disso, os investimentos das petroleiras independentes em campos de exploração em terra devem elevar a produção onshore.

Segundo estimativas do Anuário da Indústria de Petróleo e Gás, a produção total de petróleo deve ter um aumento médio anual de 10,3% entre 2023 e 2027, alcançando uma produção de 90,0 milhões de barris em 2027. Para o gás natural, a expectativa é de um aumento médio anual de 11,9%, entre 2023 e 2027, alcançando uma produção de 2,43 bilhões de m³ em 2027.

A  produção de petróleo offshore (em mar) vai puxar esse crescimento, com expectativa de crescimento de 84% até 2027, na comparação com 2022, de acordo com a 6ª edição do Anuário da Indústria do Petróleo e Gás Natural no ES. Já para o gás natural, projeta-se um aumento médio anual de quase 97% nesse mesmo período.

"Com novos investimentos em mar e terra voltaremos a ver a produção capixaba crescendo", afirma presidente da Findes

Segundo Márcio Felix, CEO da EnP Energy, “a expectativa é que a produção no estado volte a crescer já a partir de 2023, tanto em terra como no mar. A base para essa afirmação reside em eventos promissores e recentes do setor, como a implantação de, pelo menos, um grande projeto marítimo e de uma melhor performance operacional, a exemplo de áreas maduras como o Parque das Conchas, operado pela Shell, e de diversos campos terrestres”, afirma Márcio Felix,

“Em síntese, o estado tem atraído o olhar de novas e tradicionais petroleiras que estão projetando suas operações no Espírito Santo, incluindo atividades exploratórias visando novas descobertas, a exemplo da CNOOC, ExxonMobil e Repsol, além da própria Petrobras”, completa Felix.

No mesmo sentido, a presidente da Findes, Cris Samorini, aponta que “a produção de petróleo e gás natural vem recuando ao longo dos últimos anos devido, principalmente, ao amadurecimento dos campos. Com novas empresas e investimentos em mar, e também em terra, voltaremos a ver a produção capixaba crescendo novamente, e, sabendo disso, poderemos aproveitar as oportunidades que surgirão”.

O Anuário da Indústria de Petróleo e Gás do ES é produzido pelo Observatório da Indústria da Findes, com o apoio do Sebrae e do Fórum Capixaba de Petróleo, Gás e Energia (FCPGE), da Organização Nacional da Indústria de Petróleo (Onip) e do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP).

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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