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O Sicoob ES, cooperativa de crédito capixaba, tem uma estratégia de expansão que visa ocupar estados onde o cooperativismo ainda tem baixa penetração, como Rio de Janeiro e Bahia. A cooperativa já possui 186 agências, sendo 131 no Espírito Santo, 48 no Rio de Janeiro, 6 na Bahia e 1 em São Paulo. Nessa entrevista exclusiva, o superintendente de negócios do Sicoob ES, Alecsandro Casassi, abre os números da expansão da cooperativa.
Mundo Business: Qual é o cronograma de expansão do Sicoob ES dentro e fora do Espírito Santo neste ano?
Alecsandro Casassi: Este ano, o Sicoob ES planeja abrir mais quatro agências no Rio de Janeiro, em Cantagalo, Cordeiro, Paraíba do Sul e Conceição de Macabu. Além disso, inauguramos agências em Pituba e no Shopping Boulevard em Salvador, Bahia. No total, serão 14 novas agências, sendo duas no Espírito Santo, uma em São Paulo, três na Bahia e oito no Rio de Janeiro. O objetivo é ocupar áreas estratégicas e onde ainda há baixa penetração do cooperativismo.
MB: O que motivou uma instituição financeira capixaba a buscar outros mercados ao redor do Brasil?
AC: Na Bahia, por exemplo, a participação do cooperativismo é pequena em relação ao tamanho da economia. Talvez o cooperativismo não represente 1% do sistema financeiro baiano. No Espírito Santo, o Sicoob ES tem cerca de 20% do volume de crédito e depósitos. Temos muito espaço para adentrar nesses mercados. O Sicoob ES enxerga o mercado de cooperativismo na Bahia com muito potencial de crescimento. Temos a oportunidade de levar nossas soluções financeiras cooperativas para uma região que ainda tem muito espaço para ser explorado. Acreditamos que essa expansão será benéfica para a economia baiana e para o fortalecimento do cooperativismo no país.
MB: Recentemente o Sicoob ES abriu sua primeira agência no estado de São Paulo. Como será a atuação da cooperativa no estado mais rico do país?
AC: Em São Paulo inauguramos em São José dos Campos, cidade limítrofe de uma cidade no RJ onde atuamos. Fomos incentivados pelo Sicoob nacional. Colocamos o pé em São Paulo, mas lá já tem cooperativismo consolidado. Ainda assim, acreditamos que temos muito a oferecer ao mercado paulista e queremos expandir nossa atuação na região. A abertura da agência em São José dos Campos foi um passo importante nessa direção, e estamos animados com as oportunidades que se abrem para nós em São Paulo.
MB: Em um momento em que muitos bancos fecham agências, o Sicoob ES investe na abertura de mais pontos físicos. O que está por trás dessa estratégia?
AC: Nosso modelo de negócios é diferente dos bancos tradicionais e digitais. Temos uma filosofia mais ligada ao “figital”, ou seja, somos primeiramente físicos e temos o digital como sustentação do nosso negócio. Nosso core é ser físico, pois o cooperativismo pressupõe relações humanas. O modelo cooperativo requer isso e funciona muito bem. Estamos entrando em muitos bairros periféricos através das agências. Acreditamos que em algum momento possa haver consolidação de agências no futuro para adequação de custos, mas não significa que vamos precisar de menos pessoas.
MB: Quais são as vantagens comparativas do cooperativismo para competir nesses novos mercados?
AC: O cooperativismo pratica menores preços e temos compromisso com as comunidades, que está dentro dos princípios do cooperativismo. Temos relação próxima com as comunidades, com o quadro de associados, pensamos em ajudar as pessoas a resolverem seus problemas. Muitas vezes podemos abrir mão de um pouco de nossa rentabilidade desde que isso se reflita em benefícios aos nossos associados.
MB: Qual é a participação das operações fora do Espírito Santo nos resultados do Sicoob ES?
AC: No Sicoob ES, temos 646 mil cooperados, sendo 77 mil (12%) de fora do Espírito Santo, sendo a maioria do Rio de Janeiro. Em termos de carteira de crédito, 13% está nesses estados, com R$ 1,4 bilhão. Em depósitos, R$ 1,2 bilhão está fora do estado, representando 9% do total. Já o lucro representa 3%, pois ainda há custos de abertura de mercado, mas é importante ressaltar que temos agências superavitárias ao longo do tempo, com payback em até 4 anos.
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