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Dois ex-secretários da Fazenda do Espírito Santo, Bruno Funchal, hoje CEO da Bradesco Asset, e Ana Paula Vescovi, diretora de macroeconomia do Santander Brasil, esperam que o ciclo de redução da taxa básica de juros (Selic) aconteça apenas no último trimestre de 2023. Eles falaram durante a cerimônia de posse do conselho e diretoria do IBEF-ES em Vitória, nesta semana, em painel com o atual Secretário da Fazenda, Marcelo Altoé. Um dos principais indicadores da economia Selic, que chegou ao patamar de 2% entre 2020 e 2021, como foram de estimular a economia em meio à pandemia, iniciou um ciclo de alta em 2021 e desde agosto de 2022 está estacionada em 13,75%. A alta taxa de juros é hoje um dos principais desafios para a retomada de investimentos no país.
Ana Paula Vescovi afirmou que a taxa de juros elevada no Brasil é um esforço do Banco Central para combater a inflação. Para ela, o processo de queda de preços já iniciou mas ainda existe uma parte “mais difícil” do trabalho a ser feita.
“Esse aperto de juros começou a fazer efeito apenas no final do ano passado e já vemos um processo de desinflação em curso, como nos produtos alimentícios. Porém, a parte mais difícil do trabalho, que é desinflacionar os serviços, ainda não começou– a massa de salários cresceu 8% no ano passado e a forte demanda está pressionando os custos do setor de serviços”.
Funchal avalia que nesse momento, a política monetária deve continuar restritiva. Em outras palavras, também concorda que os juros altos ainda são relevantes no controle da inflação. “Precisamos colocar a inflação na meta por um tempo considerável antes de iniciar o ciclo de redução de juros. Caso contrário, teremos inércia inflacionária que é difícil de controlar e corrói o poder de compra das famílias”.
Na projeção de Vescovi, a redução dos juros deve iniciar em novembro deste ano. Um pouco mais otimista, Funchal aposta em setembro. “Brasília está com mais pressa e quer que comece a reduzir em julho”, disse Marcelo Altoé em referência às expectativas do governo federal.
“Antes da votação da PEC da Transição [que permitiu ao governo aumentar o teto de gastos de 2023 em R$ 145 bilhões], as perspectivas para os juros eram melhores, mas a PEC desancorou as expectativas, o que dificulta o trabalho do Banco Central”, justificou Funchal.
“Se o governo federal der bons sinais, como o encaminhamento da reforma tributária, essa redução pode vir antes”, completou Vescovi.
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