PIB do ES avança 2,5% no 1° trimestre puxado por comércio e serviços
Noventa por cento de todos os milionários se tornaram o que são investindo em imóveis, disse Andrew Carnegie, bilionário americano do século 20. Mais de uma centena de anos depois, essa frase permanece válida. Ultra-ricos como Amancio Ortega, dono da Zara, estão expandindo seu portfólio em imóveis com o fim da era dos juros baixos e “dinheiro fácil”. Para a especialista no mercado imobiliário Daiana Pantano, que tem mais de 550 corretores e R$ 1,2 bilhão de valor geral de vendas sob gestão, imóveis também são recomendados para os investidores comuns, que estão começando a construir sua carteira de investimentos. Em entrevista à coluna Mundo Business, Daiana trouxe dados e fatos para reforçar seu otimismo com os investimentos imobiliários mesmo em meio ao momento de juros altos.
MB: Quais são os caminhos para identificar bons investimentos em imóveis?
DP: Para identificar bons investimentos em imóveis é necessário olhar para as tendências de crescimento da cidade e sua população, além de entender a saúde da incorporadora e loteadora. Existem tendências por região, em Vitória uma boa tendência é no alto padrão em bairros consolidados– na Praia do Canto muitos imóveis tem idade avançada, mas existe uma demanda grande por imóveis mais modernos. Identificar os vetores de crescimento certos passa pela consultoria com um profissional do setor.
MB: Os investidores analisam diversos fatores ao decidirem investir. Os imóveis tem boa rentabilidade mas tem o desafio da liquidez. Como você analisa isso?
DP: Todo investimento é baseado em três pilares: segurança, liquidez e rentabilidade. Imóvel é seguro, tem lastro em si mesmo, tem liquidez se bem precificado e é comprovadamente rentável. Quando não tem liquidez é porque o imóvel está mal precificado, caso esteja no valor correto, um bom negócio pode ser concluído em torno de 6 meses.
MB: Como os investimentos em imóveis físicos se comparam com um aporte em um Fundo Imobiliário?
DP: Nos fundos imobiliários os investidores costumam prezar mais pelo dividendo que o capital investido. Para muitos casos, o FII tem seu lugar: paga dividendos, tem liquidez alta e é possível iniciar com um valor baixíssimo. Então é bom entrar no fundo até juntar o valor para comprar o imóvel.
MB: Muitos investidores buscam grandes retornos sobre o capital na bolsa de valores. É possível rentabilizar da mesma forma com imóveis?
DP: Em cinco anos, a ação da Petrobras valorizou 10,65%, da Vale 3,17% ano ano, enquanto o Itaú perdeu 1,53% ao ano e o Bradesco caiu 4,47% ao ano. Na comparação com empreendimentos imobiliários capixabas, temos o The Ville, empreendimento da Nazca que valorizou 14,77% ao ano em 4 anos. O Ventanas, na Praia do Canto, avançou 15% ao ano em 2 anos, o CBL Lagoa Park, em Linhares, valorizou média de 15,1% ao ano por quase 7 anos.
O Ifix, índice de referência dos Fundos Imobiliários, avançou em média 4% ao ano em cinco anos, enquanto a bolsa avançou 3,88% ao ano em cinco anos e a poupança retornou 4,47% ao ano em 5 anos.
MB: Os juros altos são desafiadores para o mercado imobiliário uma vez que conferem retornos mais atrativos para a renda fixa e tornam financiamentos mais caros. Como o investidor em imóveis pode analisar esse momento de Selic alta?
Para quem tem investimentos em renda fixa agora, os rendimentos estão ótimos. Porém, a tendência da taxa de juros é cair nos próximos anos. Quando os títulos vencerem a taxa de juros vai ser baixa e o investidor não vai conseguir uma taxa tão atrativa quanto agora. Não podemos fechar os olhos para a renda fixa, mas uma hora os juros vão retornar a patamares mais baixos. Quem compra para financiar, mesmo com juros altos nesse momento, pode fazer a portabilidade com juros mais baixos no futuro, reduzindo as suas parcelas.
MB: Quais fatores podem levar ao insucesso em um investimento imobiliário?
DP: Cases de insucesso giram em torno de fatores de localização. Fazer apostas em locais muito remotos, onde não tem um vetor de crescimento tão claro, ou com acesso ruim, geralmente podem ser apostas de risco.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória