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Um ano após o início de suas atividades, o Fundo Soberano do Espírito Santo (Funses) se tornou um dos fundos de investimento de venture capital mais ativos do país e prepara para lançar sua segunda tranche de R$ 250 milhões para investimento em debêntures. Idealizado pelo Bandes e constituído com recursos dos royalties do petróleo, o Funses tem quase R$ 1,3 bilhão que se dividem em uma poupança intergeracional e fundos de investimentos em participações e debêntures. Para alavancar a capacidade de investimento do fundo nos próximos anos, o governo do estado e o Bandes se reuniram com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para negociar a formação de novos fundos de investimento em formato de parceria.
O destaque do primeiro ano de operação do Fundo Soberano foram os primeiros investimentos do FIP Funses 1, fundo de investimento em participações de R$ 250 milhões gerido pela TM3 Capital voltado para startups- empresas de base tecnológica em fase de crescimento.
No primeiro ano, o FIP Funses 1 alocou R$ 33,4 milhões em startups, sendo 5 aportes de maior volume e 12 aportes menores com aceleração. Além disso, 77 startups foram aceleradas digitalmente pela ACE e poderão receber investimentos no futuro.
Para receber recursos do Funses, a régua é alta: para chegar a esse número, mais de 2,7 mil CNPJs foram analisados. Neste ano, mais R$ 50 milhões devem ser direcionados nessa estratégia.
Para definir a performance desses investimentos, uma auditoria independente vai fazer uma nova avaliação do valor de mercado das investidas, que deve sair em fevereiro do ano que vem.
Neste segundo ano de atividades, o Funses está lançando o fundo de desenvolvimento ESG, uma segunda tranche de R$ 250 milhões voltada para investimento em empresas de maior porte ligadas à sustentabilidade e à transição energética, que operem ou queiram investir no Espírito Santo.
Na prática, esses recursos serão utilizados para adquirir debêntures de empresas, com um aporte mínimo de R$ 20 milhões e máximo de R$ 50 milhões. A duração de cada operação será de até 10 anos, com até 4 anos de carência e os juros serão definidos de acordo com critérios de sustentabilidade, viabilidade e território.
Empresas que atendam a critérios objetivos de sustentabilidade, responsabilidade social e governança corporativa terão taxas mais atrativas. O mesmo se aplica a empresas que queiram se instalar ou investir no interior do estado ou tenham prazos de execução mais rápidos.
Para potencializar os investimentos do Fundo Soberano, o governo do estado negocia uma parceria com o BNDES. Apesar de ainda não ter prazos ou valores definidos, a ideia é atrair recursos do banco federal para realizar parcerias em fundos específicos de interesse mútuo.
“Nós apresentamos ao BNDES o Fundo Soberano e conversamos sobre possíveis parcerias em fundo climático, fundo para o setor agroindustrial, há vários fundos que podem ser potencializados com a capacidade grande de financiamento do BNDES”, afirmou o presidente do Bandes, Marcelo Saintive.
O vice-governador Ricardo Ferraço reforçou: “Eles gostaram muito do nosso modelo de trabalho e nesse momento propusemos juntar esforços. Não temos nada pronto e acabado mas estamos trabalhando nessa direção. A ideia é que haja no futuro recursos do BNDES alocado no Funses para potencializar os investimentos aqui. Talvez possamos lançar uma tranche em que o BNDES invista na mesma proporção que o Funses para tornar uma tranche de R$ 250 milhões em R$ 500 milhões, aumentando a disponibilidade de recursos”.
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