Ago 2023
17
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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17
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

Clube já beira 400 mil assinantes ativos; offline reforça tendência de crescimento

Das quatro verticais de negócio da Wine, três contribuíram para o crescimento da receita global da empresa no primeiro semestre.

O segmento de business offline, isto é, as operações de importação e venda para estabelecimentos como supermercados e restaurantes teve uma receita de R$ 152 milhões nos seis primeiros meses do ano, um avanço de 17% na comparação com o primeiro semestre do ano anterior– o maior crescimento dentre as unidades de negócio.

O faturamento do clube de assinaturas de vinhos cresceu 3,5% no primeiro semestre de 2023 com relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 127 milhões.

O clube de assinaturas de vinhos chegou a 395 mil assinaturas ativas, uma adição de 45,5 mil com relação ao primeiro semestre de 2022.

A unidade de varejo, que inclui vendas pelo e-commerce e nas lojas físicas, foi a única que retraiu. A receita no primeiro semestre deste ano foi 13% menor do que no mesmo período do ano anterior, chegando a R$ 65,9 milhões.

A operação da Wine no México saiu de uma receita tímida de R$ 400 mil no primeiro semestre do ano passado e acumula R$ 4 milhões em 2023, com cerca de 9 mil assinaturas ativas.

Além do crescimento da receita, Wine ampliou sua lucratividade mesmo com o aumento das despesas financeiras, fruto de uma Selic ainda em patamares elevados, e impacto tributário do retorno da cobrança do ICMS DIFAL em 2023.

Enquanto no primeiro semestre de 2022 a empresa reportou um prejuízo de R$ 840 mil, em 2023 registrou um lucro líquido de R$ 2,5 milhões. No segundo trimestre deste ano, o lucro líquido foi de R$ 8,8 milhões, mais que o dobro do número do mesmo trimestre do ano anterior, de R$ 3,7 milhões.

CEO da Wine: "Varejo digital está sofrendo mais que o físico no pós-pandemia"

Mundo Business: O que contribuiu para a vertical de ´business offline´importação e vendas B2B da Wine crescer com mais força no primeiro semestre?

Marcelo D’Arienzo: Há alguns anos, quando o Rogério Salume fundou a Wine, a cadeia do vinho tinha muitos intermediários. Hoje, quando olhamos essa foto, temos cada vez mais importadores que vendem direto para o consumidor e supermercadistas que fazem importações próprias. Acredito que tivemos um papel importante nesse processo de desintermediação. O offline está crescendo muito porque estamos explorando esse espaço para democratizar acesso ao vinho. Com a aquisição da Bodegas e Cantu, conseguimos implementar no pós-pandemia uma estratégia de oferecer rótulos de custo benefício imbatível.

Mundo Business: Como a Wine tem sentido o recuo no mercado de vinhos em 2023? 

MA: O mercado de vinhos tem perspectivas positivas: o consumo do brasileiro saiu de 1,5 litro por ano para 2,8 litros por ano, com auge de quase 3 litros durante a pandemia. Apesar disso, é um mercado jovem que vem de uma ressaca após pandemia por conta do desembolso em outras categorias de serviços que não estavam sendo pesadas durante a pandemia e o cenário macroeconômico. A Wine está andando na contramão do mercado. Nos últimos 12 meses o mercado de importação de vinhos recuou 9%, mas estamos fazendo uma trajetória diferente.

Mundo Business: Das quatro unidades de negócio da Wine, três avançaram, mas o varejo digital e físico recuou. O que explica esse comportamento?

MA: O varejo digital está sofrendo mais do que o físico no pós-pandemia. Todos estão acostumados com a entrega expressa e o consumidor cada vez mais acostumado com prazos curtos. Na Wine estamos vendo um recuo no e-commerce centralizado [que tem frete na ordem de dias] e crescimento da venda ship-from-store [entregas a partir das lojas físicas que têm prazo de horas]. Esse é um comportamento do mercado e ficamos felizes de ter descentralizado o estoque através das lojas físicas. A partir de agora temos o desafio de estar mais perto do consumidor e fazer a venda do varejo crescer.

Mundo Business: Com a possível trajetória de queda dos juros no Brasil, o sonho do IPO volta a acender na Wine?

MA: Recebemos feedback dos bancos que haverá destravamento de operações de mercado de capitais neste ano para as grandes corporações e talvez no ano que vem talvez tenhamos novidades para empresas médias como a Wine. Não temos nada engatilhado, mas seguimos monitorando.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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