Nos sete primeiros meses de 2023, o volume de aeronaves importadas pelo Espírito Santo (leia-se: Aeroporto de Vitória) foi de US$ 454,5 milhões, o equivalente a R$ 2,27 bilhões na cotação atual. O volume é praticamente igual ao registrado no mesmo período do ano passado, que foi de US$ 453 milhões e 33% maior que 2021, quando o volume foi de US$ 340 milhões. A principal origem das aeronaves importadas por Vitória são os Estados Unidos, seguido de Canadá e França. Este ano, o modelo mais caro que aterrissou em Vitória foi um Bombardier Global 6000, de R$ 250 milhões.
Confira os cinco modelos mais caros importados pelo Espírito Santo neste ano, segundo a ANAC (fabricante – modelo – valor real da transação):
Bombardier – Global 6000 – 250 milhões de reais
O Global 6000 é um jato intercontinental que pode acessar praticamente qualquer aeroporto europeu a partir de Vitória, com um alcance de 11 mil quilômetros. Essa aeronave pode ser configurada com uma suíte e área para preparo de alimentos.
Gulfstream – G550 – 190 milhões de reais
Esse jato intercontinental tem um alcance de 12,5 mil quilômetros e pode transportar até 19 passageiros. Pode voar de Vitória a qualquer país da África ou Europa sem escalas.
Embraer – Praetor 600 – 130 milhões de reais
Um dos mais modernos jatos médios fabricados no mundo, o brasileiro Praetor 600 foi lançado em 2019 e pode fazer trechos como Vitória a Miami sem escalas.
Gulfstream – G280 – 110 milhões de reais
Concorrente do Praetor, pode levar até 10 passageiros e tem um alcance máximo de 6,6 mil quilômetros. É o jato particular do rei Roberto Carlos.
Pilatus – PC24 – 84 milhões de reais
Esse jato bimotor da fabricante suíça Pilatus combina a versatilidade de um turboélice (avião que tem hélices em vez de turbinas a jato) com o desempenho de um jato leve. É bem requisitado pelo agronegócio pela capacidade de pousar em pistas de terra. Tem um alcance de 3,6 mil quilômetros.
Em média, o Espírito Santo concentra 90% do volume de importações de aeronaves do Brasil. Segundo Rodolpho Pandolfi, sócio da APD Advogados, escritório especializado nesse tipo de operação, essa preferência pelo estado se deve à maior agilidade nos trâmites burocráticos e menor peso tributário.
“Vitória tem um ecossistema único no Brasil para importação de jatos e helicópteros, com uma operação totalmente integrada entre a Receita Federal e a administração do aeroporto. Além disso, o estado tem benefícios fiscais que reduzem a carga tributária para quem está fazendo esse tipo de aquisição”, analisa Rodolpho.
O advogado avalia que a aviação executiva está em um momento de crescimento e em 2023 deve ter resultados superiores ao do ano passado. “A expectativa do setor no país é bater o faturamento de importação do ano passado. A movimentação de aeronaves no primeiro semestre foi bem animadora e vem apontando para um resultado ainda melhor”, destaca.
Vale lembrar que de ser porta de entrada para a maior parte das aeronaves importadas para o Brasil, uma pequena parcela delas é registrada no estado. O Espírito Santo tem 180 aeronaves em situação regular, das quais 13 foram registradas neste ano.
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