Ago 2023
27
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

Ago 2023
27
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

Entrevista: Márcio Félix afirma que saída é a criação de um Polo Cloro-Gás-Químico

Mundo Business: Quando foi descoberta a reserva de sal-gema no Espírito Santo e qual é a situação atual das áreas leiloadas?

Márcio Félix: A exploração de sal-gema é uma oportunidade relevante para o Espírito Santo que está adormecida desde os anos 1980. O estado tem 70% da reserva de sal-gema do país, que é um volume muito grande mesmo frente a toda a demanda nacional. Com os leilões, temos perspectivas de que esse projeto possa andar. As 11 áreas arrematadas tem diversos empreendedores, incluindo a Unipar Carbocloro [indústria de cloro e soda com capital aberto em bolsa]. Os novos donos têm três anos para fazer estudos e comprovar o volume de sal-gema. Porém, queremos antecipar esse prazo e já partir para a lavra.

Mundo Business: Como é feita a exploração do sal-gema? Quais são suas aplicações?

Márcio Félix: A camada de sal-gema é a que separa o pré-sal do pós-sal, nomes conhecidos na indústria do petróleo. Essa crosta adentra o continente no Espírito Santo e em algumas partes do Nordeste. A extração é feita com a injeção de água quente, por um processo de dissolução do sal. Os derivados do sal gema, como soda cáustica e cloro,  tem aplicações nas indústrias de papel, vidro, farmacêutica, química, têxtil e até no saneamento básico.

Mundo Business: Qual é o fator chave para viabilizar a exploração de sal-gema?

Márcio Félix: Vemos a oportunidade de o Espírito Santo gerar um arranjo produtivo importante de geração de riqueza: o Polo Cloro-Gás-Químico. Esse seria um cluster de indústrias que beneficiam o sal-gema ou fazem o uso de seus derivados, como soda cáustica e cloro, no processo produtivo. Vender sal não tem valor agregado para a economia, precisamos de um polo de empresas para ampliar a geração de valor. O Espírito Santo já tem indústrias que demandam esse tipo de matéria prima, como a de celulose e a moveleira, celulose e saneamento, mas queremos ampliar esse escopo.

Mundo Business: Quem é o principal responsável por incentivar a formação desse polo produtivo?

Márcio Félix: A criação desse polo não é o papel individual do governo estadual ou de alguma empresa específica. Penso como um movimento conjunto desses atores para destravar uma das maiores riquezas minerais do estado, que gera riqueza e empregos.

Mundo Business: Quais fatores de competitividade viabilizam um Polo Cloro-Gás-Químico no Espírito Santo?

Márcio Félix: A proximidade dessas indústrias com o centro de extração e beneficiamento do sal-gema é um fator fundamental de competitividade. Além disso, o Espírito Santo conta com uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que pode possibilitar que essas empresas atinjam o mercado internacional, além de um sistema logístico multimodal com destaque para os portos no norte do estado.

 

Veja também

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

Pular para a barra de ferramentas