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A empresa capixaba Wine reportou resultados animadores no primeiro semestre de 2023, com uma receita de R$ 348,9 milhões, 6% acima do primeiro semestre de 2022 e alcançou um market share recorde na importação de vinhos de 14,3%. A empresa, que é considerada o maior clube de assinaturas de vinho do mundo, deve encerrar este ano com faturamento próximo a R$ 1 bilhão e cerca de 30 milhões de garrafas de vinhos comercializadas. Essa projeção é do CEO da Wine, Marcelo D’Arienzo.
O clube de assinaturas de vinhos atualmente conta com 400 mil assinaturas ativas, e o CEO projeta que esse número possa atingir a marca de 1 milhão de assinantes no Brasil nos próximos cinco anos.
Marcelo D’Arienzo, CEO da Wine, ressalta a evolução da empresa ao dizer: “Conforme fomos crescendo e percebendo que nos tornamos uma referência para nossos assinantes, reconhecemos que as oportunidades no espaço digital estavam se aproximando do limite de crescimento. Atualmente, cerca de 20% do consumo de vinho no Brasil ocorre de alguma forma no ambiente digital. Por isso, estamos altamente envolvidos nessa jornada, principalmente por meio do nosso clube de assinatura, além de oferecer garrafas avulsas aos nossos assinantes”, ressaltou.
Em apenas 10 meses de operação no México, a Wine alcançou um marco em setembro superando as expectativas com 10 mil assinaturas ativas.
Fundada pelo empresário Rogério Salume, a Wine é mais conhecida por ter o maior clube de vinhos. Quando se fala sobre a abertura de lojas físicas da Wine, que já somam 16 unidades espalhadas pelas principais capitais do Brasil, o executivo mantém o mesmo espírito de confiança.
No ano de 2022, a Wine registrou a comercialização de 27 milhões de garrafas de vinho. “E nos primeiros seis meses de 2023, já foram vendidas 14 milhões de garrafas, o que nos leva a projetar que esse número possa alcançar a marca de 30 milhões de garrafas até o final deste ano”, disse.
No fim de 2020, o Grupo Wine fez um pedido de IPO na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com expectativa de listagem no Novo Mercado da B3, mas suspendeu o projeto voluntariamente de oferta inicial de ações e seguiu apenas com a solicitação de registro como companhia aberta.
Por enquanto, o CEO aguarda uma próxima oportunidade para concretizar esse plano.
“A iniciativa que tomamos em 2020 foi essencial para impulsionar nossa maturidade como empresa. Desde 2021, optamos por manter a decisão de nos tornarmos uma empresa de capital aberto não listada. Isso nos permitiu amadurecer ainda mais como organização, fortalecendo nossas relações com o mercado e nossos debenturistas. Estamos nos preparando ativamente para aproveitar a próxima oportunidade de forma estratégica, em conjunto com nossos acionistas”, disse D’Arienzo.
Hoje, o faturamento da empresa está se aproximando da marca de R$ 1 bilhão. “Embora não devamos alcançá-la ainda neste ano, estamos muito próximos. A lição mais valiosa que retiro da nossa experiência de solicitar o IPO em 2020 é a importância de manter essa maturidade ao longo dos anos, mantendo a transparência nos resultados e fortalecendo nossos laços com o mercado. Isso nos permite estar prontos para agir quando a oportunidade se apresentar, decidindo conscientemente se queremos ou não ingressar nessa janela”, complementou.
Mundo Business: Como a Wine tem lidado com os mercados digital e offline, conciliando o e-commerce, o clube de assinatura e a distribuição física?
Marcelo D’Arienzo: À medida que crescemos, percebemos que havíamos nos tornado uma referência para nossos assinantes. No entanto, notamos que o potencial de crescimento no digital estava atingindo seu limite. Atualmente, cerca de 20% do consumo de vinho no Brasil é feito de forma digital, e participamos ativamente dessa jornada, principalmente através do clube de assinatura e da venda de garrafas avulsas para nossos assinantes. Nossa estratégia focou em atrair novos assinantes e cuidar deles digitalmente.
Percebemos que melhorar a eficiência na entrega, ao descentralizar nosso estoque e permitir entregas mais rápidas, aumentou as compras dos clientes. Foi aí que surgiu a ideia das lojas físicas. Hoje, já temos 16 lojas físicas espalhadas pelas principais capitais do Brasil, estrategicamente localizadas próximas aos nossos sócios, onde identificamos adensamento de assinantes.
MB: Qual é a estratégia de expansão das lojas físicas da Wine?
MA: Quando assumi a Wine em fevereiro de 2019, tínhamos 115 mil assinantes no Brasil. Ao analisar a distribuição desses assinantes pelos diferentes CEPs do país, identificamos áreas de maior densidade e outras com menor presença, baseando-nos em fatores sociodemográficos.
Ao analisar nossa base atual de 400 mil assinantes, percebemos potencial para chegar até 1 milhão de assinantes no Brasil nos próximos anos. Nossa estratégia de abertura de lojas físicas está alinhada com essas projeções, buscando regiões promissoras.
MB: Qual é o segredo por trás da eficiência da Wine?
MA: A chave reside na escala de compra global que conquistamos. Ao adquirir grandes volumes de vinho para o clube de assinatura, negociamos com as vinícolas em escalas que poucas empresas no mundo alcançam, como a Cosco e a Tesco. Pedidos de até 150 mil garrafas do mesmo vinho de uma só vez nos proporcionam eficiência e preços altamente competitivos, que repassamos aos nossos assinantes. Isso resulta em descontos de 40% a 50% em relação ao preço regular.
MB: Como a Wine pretende continuar crescendo no mercado mexicano?
MA: Nosso crescimento é impulsionado pela compreensão dos mercados e do perfil dos consumidores. Comprovamos que nosso modelo de escala global funciona em outros países. Garantimos que nossos assinantes no Brasil e no México tenham experiências idênticas, com os mesmos rótulos.
No México, vemos oportunidades semelhantes às que encontramos no Brasil há 15 anos. Com um mercado de vinhos importados semelhante e uma falta de disrupção, iniciamos nossa operação de clube de assinatura no México, que já atingiu 10 mil assinantes em setembro.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória