A Placas do Brasil, uma das principais indústrias de placas de madeira para a indústria moveleira do país, faturando algo próximo de R$500 milhões de reais por ano, acaba de concluir um investimento de R$ 52 milhões em sua segunda linha de revestimento de placas de MDF (fibra de madeira) e em um galpão anexo para abrigar o maquinário. A visão da Placas é se adaptar ao perfil de consumo do país, que demanda cada vez mais MDF revestido, utilizado em móveis planejados por arquitetos e marceneiros, em detrimento do MDF cru, utilizado em móveis seriados comercializados no varejo. Entenda.
Com a segunda linha de revestimento de placas de MDF, a Placas do Brasil está adequando sua produção ao perfil do mercado brasileiro.
Antes desse investimento a Placas privilegiava a produção do material demandado pelas indústrias de móveis: produzia uma proporção de 66% de MDF cru (enviado para servir de insumo para a indústria moveleira nacional, em especial a de Linhares) e 33% de MDF revestido (placas “adesivadas” com estampas e estilos, mais conectada a demanda dos designers e dos consumidores finais).
Agora, com a implantação dessa linha, e a proporção de produção passa a ser exatamente a oposta — a indústria passa a produzir 66% de placa de MDF revestida e 33% de placa de MDF cru — uma proporção bem mais próxima à demanda do mercado nacional.
A produção de chapas, que opera em capacidade máxima de 30 mil metros cúbicos por mês, se mantém — a mudança se dá apenas na proporção de produção.
O investimento no novo galpão de 3,400 m2 e no maquinário foi de R$ 52 milhões, sendo R$ 16 milhões de capital próprio, R$ 18 milhões financiados pelo Banco do Nordeste e outros R$ 18 milhões financiados pelo Sicoob Espírito Santo, importante fomentador desse tipo de atividade industrial no norte do estado.
“A linha incorpora o que há de mais avançado em termos tecnológicos. Conta com sistemas eletromecânicos de última geração e uma automação avançada, totalmente alinhada com a indústria 4.0, visando aprimorar a eficiência do processo e principalmente a qualidade dos nossos MDF”, completa Luis Cordeiro, sócio da Placas do Brasil.
Segundo o CEO da Placas do Brasil, Fernando Matarazzo, os painéis revestidos têm um valor agregado cerca de 25% maior do que o cru, logo, quando a produção estiver em sua capacidade máxima, pode contribuir para um crescimento de até 20% da receita da indústria.
“O MDF revestido é um produto unicolor, decorativo e portanto de maior valor agregado, destinados aos móveis design, projetados por arquitetos e produzidos por milhares de marcenarias em todo o Brasil. Com essa mudança, teremos uma melhora importante na receita e nas margens da empresa nos próximos anos”, projeta Matarazzo.
Uma vez que as placas revestidas são demandadas principalmente marceneiros e arquitetos, e não pela indústria de móveis seriados, como é o caso do MDF cru, a Placas expandiu o número de revendas parceiras em 50%. Hoje, são 187 lojas em 23 estados que oferecem todo o catálogo da indústria.
Em 2021, a Placas registrou uma receita líquida de R$ 457 milhões e deve encerrar 2024 com uma cifra de R$ 560 milhões. A Placas foi constituída oficialmente em 2011, e deu início a sua produção em 2018. Localizada em Pinheiros (mais precisamente na entrada do município de Pedro Canário), no norte do Espírito Santo, possui uma área total de 665.000 m².
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