Os planos bilionários da Petrobras no Espírito Santo
A Seacrest – uma petroleira com operações no Espírito Santo controlada por um grupo norueguês – acaba de fazer o pagamento da parcela de R$ 170,5 milhões pela aquisição dos Polos Cricaré e Norte Capixaba, ambos localizados entre Linhares e São Mateus, no Espírito Santo. Os dois polos foram vendidos como parte do programa de desinvestimentos da Petrobras e chamaram a atenção da companhia norueguesa pelo potencial de recuperação e aumento da produção. Até 2027, a Seacrest deve investir US$ 400 milhões em perfuração e infraestrutura nesses polos.
A Seacrest é uma produtora de petróleo e gás natural fundada em 2019 que representa mais de 90% da produção diária nos campos terrestres do Espírito Santo. A petroleira iniciou suas atividades no estado com a aquisição de áreas que pertenciam à Petrobras.
O Polo Cricaré foi o primeiro adquirido pela Seacrest no Espírito Santo, em dezembro de 2021. O segundo, o Cluster Norte Capixaba, foi adquirido da Petrobras em fevereiro de 2022, mas com a operação sendo concluída apenas em abril de 2023.
Juntos, os dois polos custaram US$ 700 milhões e a Seacrest abriu capital na bolsa de Oslo, na Noruega, e levantou financiamentos com bancos para financiar a aquisição do Norte Capixaba.
Com a aquisição do Polo Norte Capixaba, as reservas da Seacrest no estado somam cerca de 140 milhões de barris de óleo equivalente. O ritmo de desenvolvimento da produção segue crescendo rapidamente desde a aquisição e a petroleira tem a meta de atingir a marca de produção de 30 mil barris de petróleo por dia nos próximos cinco anos.
Atualmente, a Seacrest possui 400 funcionários diretos e 2000 trabalhadores terceirizados, número que deve aumentar em 50% até o final do ano.
“A Seacrest, uma empresa onshore, está promovendo uma transformação significativa em regiões em desenvolvimento. Esta mudança é marcada pela geração de empregos em massa e pelo estímulo à economia local. Uma empresa onshore, como a Seacrest, não apenas emprega centenas de funcionários diretamente, mas também impulsiona centenas de fornecedores locais”, afirma Juan Alves, Vice Presidente Sênior de Produção e Operações.
Até 2027 a Seacrest planeja investir US$ 400 milhões no Espírito Santo, sendo US$ 350 em perfurações de poços e US$ 50 milhões em infraestrutura. Até o fim deste ano, a expectativa da petroleira é perfurar 60 poços– o ritmo depende principalmente da celeridade das licenças ambientais.
“Um aspecto crucial para o crescimento da indústria onshore é a agilidade no processo de licenciamento ambiental. Temos mantido um diálogo constante com o governo para destacar a importância do setor onshore. A implementação da nova regra de licenciamento ambiental tem sido um fator positivo, pois tornou os processos mais claros e bem definidos. É importante ressaltar que os poços aos quais nos referimos não são exploratórios e novos; ao contrário, são poços situados entre outros já existentes, o que traz um maior nível de segurança e confiabilidade”, conclui Juan Alves.
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