Jan 2024
15
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

Jan 2024
15
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

"Empresas estão se estruturando para atender o mercado interno, em vez de apenas exportar"

Mundo Business: Quais são as novas oportunidades que surgem para o setor de rochas naturais em 2024?

Fábio Cruz: Algumas oportunidades que vejo em 2023 continuam existindo para o Brasil em 2024, principalmente quando olhamos para o acesso a novos mercados e fortalecimento da presença no mercado interno. Ainda buscamos formas de capturar essas oportunidades em 2024.

Insight by Futura: Uma pesquisa da Futura de 2023 aponta que Oriente Médio é a região do mundo onde os exportadores de rochas do Espírito Santo mais enxergam as maiores oportunidades, sendo citada por 36% dos entrevistados.

MB: Por que você enxerga 2024 como uma continuidade do ano anterior para o setor de rochas naturais?

FC: Desde o pós-covid o setor vem de uma ressaca. Muitos segmentos que vieram de uma crescente muito grande durante a pandemia viram os seus mercados retraírem. Com as rochas, não foi diferente. 2023 tem muito a ver com esse contexto atual, mercados globais com juros altos, grandes potências importando menos e construindo menos. 2024 é uma continuidade de 2023 porque os EUA, principal comprador do Brasil, não demonstra que vai retomar com força total e a gente continua vivendo uma concorrência com os produtos sintéticos.

MB: Como está se desenhando a reação do mercado para seguir avançando nesse cenário?

FC: Tudo está sendo reinventado. As feiras, que são importantes para as pedreiras e cadeia de fornecedores, estão repensando uma série de aspectos– neste ano teremos novidades. As empresas também se organizam repensando seu modelo de negócios. As empresas capixabas cresceram nos últimos 25 fazendo estoque para vender contêiner, com prazos de até 120 duas para receber, que demanda muito de capital de giro. Nesse período, as empresas do setor não investiram em relacionamento direto com o comprador final no exterior. Isso, os europeus fazem há muito tempo: se aproximar do arquiteto, designer, entender as dores do cliente, repensar modelo de negócio.

MB: Nessa reinvenção do modelo de negócio no setor de rochas naturais, qual o peso dos mercados interno e externo?

FC: Vejo muitas empresas pensando em um modelo diferente de focar no mercado externo e se estruturando para atuar no mercado interno. A grande maioria olha a exportação como o filet mignon, mas a grande maioria negligenciou o mercado interno graças ao crescimento da exportação ao longo das décadas. O Brasil é um mercado com números relevantes e precisamos nos organizar para capturar esse valor. As empresas deveriam balancear entre mercado interno e externo de forma estratégica. Quando o dólar sobe um pouco e a demanda está boa lá fora, muitas pedreiras esquecem do mercado interno.

Insight by Futura: Embora o setor de rochas seja muito vinculado às exportações, 53% do faturamento das empresas capixabas vêm do mercado interno. Uma pesquisa exclusiva da Futura de 2023 mostrou que 75% dos empresários estão otimistas com as perspectivas para as vendas dentro do território nacional.

MB: Apesar dos desafios, qual o grau de otimismo que você enxerga nos empresários?

Vejo que os empresários de forma geral estão bem atentos e com boas expectativas para o mercado em 2024. No sentido positivo, existe um movimento de repensar o modelo de negócio. Empresários estão mais abertos a tentarem modelos diferentes de trabalho porque o que trouxe até aqui não vai garantir o futuro.

 

Veja também

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

Pular para a barra de ferramentas