Espírito Santo teve volume de comércio exterior de US$ 19 bilhões em 2023, maior desde 2012
Quais empresas capixabas crescem e têm potencial de seguir crescendo acima da média do mercado? Independentemente de serem companhias centenárias ou startups, o perfil arrojado de criação de novos negócios e o investimento em tecnologia são constantes nas organizações que têm desempenho superior à média de seus segmentos. A seguir, listamos (mais!) cinco empresas com base acionária no Espírito Santo de diferentes segmentos que acreditamos ser promissoras– e que vamos ficar de olho em 2024. Essa matéria é uma continuação daquela publicada na última semana, onde destacamos Fortlev, TimeNow, High, Wine e Apex.
5- MedSênior
A população brasileira está envelhecendo e terá 30% de idosos até 2050. De olho nessa tendência, o empresário capixaba Maely Coelho decidiu criar em 2010 a MedSênior, um plano de saúde voltado para o bem-estar da terceira idade.
Hoje, a MedSênior tem 35 unidades também em Minas Gerais, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, além de dois mil funcionários e 115 mil clientes.
No último ano, a companhia faturou R$ 1,5 bilhão e investiu R$ 65 milhões em novas unidades e ampliação de rede para sustentar seu rápido crescimento, que gira em torno de 40% ao ano– ritmo de startup.
Hoje, a MedSênior também avalia expansão para o Norte e Nordeste e tem a meta de chegar a um milhão de vidas até 2030. Para ajudar nesse plano, a operadora tem até um hub de inovação para a terceira idade, o Mil Sênior Lab.
4- Autoglass
Os irmãos capixabas Kleber e Fernando Carreira transformaram a Autoglass na maior empresa de vidros automotivos do país saindo do zero. Hoje a empresa conta com lojas próprias no Brasil e na Colômbia, tendo presença em diversos estados do Brasil.
A empresa é especializada na prestação de serviços ao mercado segurador, especialmente na área de cobertura de vidros automotivos e reposição de peças.
Olhando para tecnologia e inovação, a empresa está investindo R$ 29 milhões no desenvolvimento do Hub Autoglass, reforçando a tese de que empresas tradicionais têm muito a ver com transformação digital e devem investir em novos modelos e frentes de negócio.
3- Extrafruti
A principal distribuidora de frutas, verduras e legumes do Espírito Santo, Extrafruti, começa 2024 preparada para crescer.
Há menos de um ano, a empresa inaugurou um novo centro de distribuição em Viana, um investimento de R$ 63 milhões viabilizado por um fundo imobiliário do BTG Pactual.
Com 58 mil m², o novo espaço aumentou em 15 vezes o número de espaços de armazenamento do Extrafruti, sendo que a área totalmente refrigerada passou de 4,4 mil m² para 10,7 mil m². O espaço ainda abriga uma nova indústria de sucos e vegetais minimamente processados, que triplicou a capacidade produtiva da empresa.
A estratégia do Extrafruti em ampliar a sua capacidade de distribuição está em linha com o crescimento da rede de seus principais clientes (e sócios) Carone e Extrabom, que abrem novos supermercados e atacarejos em ritmo acelerado.
Já neste ano, o Extrafruti coloca o pé em uma nova frente de negócio. Ao lado da Lopasa, Carone e Grupo Checon, vai inaugurar no Rio de Janeiro seis lojas de hortifrutigranjeiros– nicho que foi afetado pelas dificuldades da loja americana, dona da rede Hortifruti.
2- Imetame
A Imetame nasceu e cresceu no segmento de metalmecânica com um ex-caldeireiro da antiga Aracruz Celulose, e hoje tem uma variedade de frentes de atuação, indo desde petróleo e rochas até um porto (!).
Aliás, o principal projeto em andamento da Imetame é o um terminal portuário multipropósito em Aracruz. O porto terá calado de 16 metros e poderá receber mega navios que ainda não atracam na costa brasileira, reforçando a posição do Espírito Santo como um hub logístico nacional. Empresários enxergam que o Porto terá um impacto tão significativo que pode até mudar a cadeia de escoamento de soja do Centro-Oeste.
Neste ano, a obra do Porto terá grandes avanços nas obras do terminal para que o primeiro navio possa atracar no ano que vem.
Para desenvolver um ecossistema empresarial em torno do porto, a Imetame criou a primeira Zona de Processamento de Exportação privada do Brasil em Aracruz, que vai concentrar empresas voltadas para o comércio exterior. Essa área, que foi autorizada pelo Governo Federal no ano passado, tem incentivos fiscais relevantes para as empresas instaladas e ainda acumula as reduções de impostos da Sudene.
1- Grupo Águia Branca
Um dos maiores e mais relevantes grupos empresariais do Espírito Santo– e um dos principais conglomerados de transporte e logística do país– o Grupo Águia Branca definiu em 2020 a ousada meta de atingir R$ 30 bilhões até 2030.
Por que estamos de olho? Pelo andar dos negócios, o Grupo estima que essa meta deva ser alcançada três anos antes, em 2027. Isso porque todas as verticais do Grupo seguem crescendo em ritmo mais acelerado do que previsto.
A divisão de comércio, responsável principalmente pelas concessionárias de carros e caminhões, avança com as vendas de elétricos da BYD em três estados, Espírito Santo, Goiás e Minas Gerais; recentemente, adquiriu também concessionárias de máquinas agrícolas em Goiás: um mercado que cresce no mesmo ritmo absurdo da expansão da produtividade do agronegócio brasileiro.
A divisão mais longeva do grupo, a de transporte de passageiros, representada pela Viação, já começa 2024 com atuação em uma nova vertical: a venda de pacotes de viagens. Essa área ganhou força com a aquisição da agência Agaxtur no ano passado.
Já a área de logística, representada pela VIX, a empresa segue crescendo nos negócios tradicionais e investe em frentes de tecnologia como em veículos de carga autônomos e elétricos e no V1, app de transporte por aplicativo e aluguel de veículos; e soluções modernas de mobilidade como aluguel de frota on demand.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória