Fev 2024
1
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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porRicardo Frizera

Crise imobiliária e concorrência afetaram a exportação para os EUA

O faturamento do setor de rochas naturais do Espírito Santo foi de R$ 9,9 bilhões em 2023, sendo R$ 4,6 bilhões (47%) no mercado externo e R$ 5,3 bilhões (53%) do mercado interno. Esse número vem abaixo de 2022, quando o setor registrou, no estado, um faturamento de R$ 11,6 bilhões, segundo dados da Futura.

Faturamento do setor de rochas do Espírito Santo (mercado interno/ mercado externo)

2022: R$ 6,1 bilhões /  R$ 5,5 bilhões

2023: R$ 5,3 bilhões / R$ 4,6 bilhões

As exportações recuaram sobretudo por influência dos EUA, o principal comprador de rochas capixabas, que reduziram as compras em 27% entre 2021 e 2023.

Mesmo permanecendo na liderança das importações de rochas capixabas em 2023, com 63% do volume, os EUA importam o menor volume de rochas da série histórica: 606 mil toneladas. O pico foi em 2016, quando os americanos importaram 982 mil toneladas de rochas do estado.

As rochas brasileiras também tiveram uma pequena mas simbólica queda de participação no mercado americano, caindo de 24% em 2016 para 23% em 2023. Alguns fatores explicam o recuo dos EUA: a importação de revestimentos sintéticos supera a de rochas naturais nos EUA desde 2017, com uma vantagem crescente que chegou à casa dos US$ 2 bilhões em 2022. Ainda, uma combinação de juros altos e inflação reduziu a oferta de moradias e freou o avanço do mercado imobiliário.

Alguns mercados como China, Oriente Médio, Coréia do Sul e Norte da África ampliaram as importações de rochas capixabas, mas ainda não chegam próximos à relevância dos EUA.

“Existe grande desinformação sobre as pedras naturais”, afirmam arquitetos internacionais

A pesquisa da Futura também buscou entender as preferências dos mercados internacionais com relação a rochas naturais e como eles enxergam os obstáculos e as oportunidades para o setor. Para isso, fez pesquisas qualitativas com profissionais dos EUA, Portugal, Índia e Islândia. Veja os principais insights:

Enfrentando a concorrência de pedras sintéticas: os entrevistados entendem que as pedras sintéticas ganharam mercado por ações diretas de marketing  e fidelização de arquitetos e designers. Também foi mencionado que grandes empresas fizeram campanhas falsas sobre nocividade das pedras naturais à saúde.

Vantagens das pedras naturais: os arquitetos e designers entrevistados valorizam as pedras naturais principalmente pela qualidade, sustentabilidade e exclusividade. Porém, as pedras naturais atendem ao nicho de alto luxo, enquanto os revestimentos sintéticos atendem à classe média, afirmaram.

Marketing e parcerias com arquitetos e designers: Os arquitetos e designers são influenciadores-chave na indústria. Criar parcerias com esses profissionais para promover o uso de pedras naturais brasileiras pode ser uma estratégia eficaz. Isso pode incluir workshops, seminários e viagens de campo para mostrar as pedreiras e o processo de extração. Ainda, os entrevistados apontaram que atuar diretamente com lojas de grande porte para garantir que elas tenham informações adequadas e amostras de pedras naturais pode ajudar a aumentar a visibilidade e a acessibilidade desses produtos.

Aproveitando regulamentações internacionais: Segundo os entrevistados, a regulamentação do mercado de pedras sintéticas em diversos países para minimizar danos ambientais pode ser usada como uma oportunidade para promover as pedras naturais. É uma chance de mostrar como as pedras naturais se alinham com essas preocupações regulatórias e ambientais.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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