Fev 2024
12
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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Orlando Caliman | Final de ano e início de novo ano, especialmente quando o assunto é economia, é sempre tempo para se criar e expressar expectativas. E expectativas normalmente são demonstradas em números. E nesse aspecto, o ano de 2023, pode ser considerado um ano bom, até acima do que se esperava um ano atrás, principalmente tendo em vista o histórico de atropelos nos últimos 10 anos. Expectativas ruins foram frustradas.

Ao que nos parece, para o Espírito Santo, 2023 foi ainda melhor, confirmando-se a volta do crescer acima da média nacional. Aliás, como vinha fazendo durante o longo período que se inicia  em 1970 e finda em 2012.

Por outro lado, podemos considerar o ano de 2021 como o ponto de inflexão, cuja confirmação de reversão da curva de desempenho desenhada nos últimos dez anos é referendada em 2023. Tudo bem que em 2022 nossa economia apresentou desempenho pior do que a média nacional: 1,9% contra 2,9%. Diferença explicada sobretudo pela queda de cerca de 18% no volume da produção extrativa mineral, leia-se petróleo/gás e minério de ferro– dois produtos suscetíveis às intempéries do mercado de commodities.

Naturalmente dentro de certa margem de erro, comum nesses casos, estimo que a taxa de crescimento do PIB do Espírito Santo em 2023 deverá ficar no entorno de 4%. Ou seja, acima dos 2,9% que se projeta para o país.

Estimo que a taxa de crescimento do PIB do Espírito Santo em 2023 deverá ficar no entorno de 4%. Ou seja, acima dos 2,9% que se projeta para o país.

 

Essa melhor performance tem crédito no bom desempenho nos volumes de produção dos principais setores, revelados pelas pesquisas mensais feitas pelo IBGE. Considerando-se variações acumuladas até novembro, indústria, comércio e serviços apresentaram indicadores de desempenhos melhores do que os mesmo em nível nacional: 9,4% contra 0,1% na indústria, 7% contra 2,7% nos serviços e 3,9% contra 1,7% no comércio.

O que esperar da economia capixaba para o ano de 2024? Eu arriscaria dizer, ressaltando, no entanto, que risco é componente indissociável em tarefas de previsões, que o Espírito Santo reafirmará a sua tendência de reversão da curva e assim chegaremos ao final do ano com números que certamente superarão as médias observadas nacionalmente.

Fazer projeções econômicas não é tarefa fácil, principalmente quando se está lidando com indicadores de dimensões macroeconômicas como PIB e comportamento de seus componentes, sob quaisquer óticas. E isso é verdade tanto no plano nacional, quanto no estadual. No caso do Espírito Santo, pelas especificidades de sua economia, são adicionados desafios ainda maiores. Exigindo, em certa medida, mais arte que ciência.

Para quem lida no dia a dia do front dos negócios, detectar minimamente os movimentos indicativos de tendência pode ser decisivo na construção de trajetórias exitosas em termos de resultados. E nesse aspecto, pode ser mais interessante olhar além das aparências, buscando aspectos e números que podem estar submersos. Números mais adequados ou suficientes para orientar de forma mais assertiva decisões de produção e/ou investimentos. Mas, essa discussão cabe aqui apenas para ser lembrada, merecendo atenção em outra ocasião.

 

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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