Fev 2024
14
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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"Existe a possibilidade de novas descobertas de reservas em terra", afirma Félix

Petroleiras independentes como Seacrest, BGM, Imetame Energia, Mandacaru, EnP, Elysian e Campo Petróleo são alguns nomes por trás dessa campanha de perfuração histórica que está em curso no Espírito Santo.

A principal delas, Seacrest, projeta 300 novos poços para atingir a produção de 21 mil barris por dia até 2025. Já a Elysian, arrematou neste ano 10 blocos na região norte do estado e deve iniciar as atividades em breve.

Na estimativa de Márcio Felix, o estado deve ter 80 novos poços em terra por ano nos próximos quatro anos.

“Hoje, o Espírito Santo tem a maior frente de perfuração em terra do país. É uma das maiores da história do país. Além dos poços que estão sendo perfurados e recuperados, ainda existe a possibilidade de novas descobertas de reservas em terra”, afirma Félix.

Apesar da produção onshore do Espírito Santo estar na casa de centenas de milhares de barris por ano, enquanto a produção em mar está na ordem de 48 milhões de barris por ano, as oportunidades para a economia local são muito mais amplas.

“A produção em mar faz uma sombra tão grande na produção em terra que as pessoas não conseguem enxergar sua grandeza. O efeito das petroleiras independentes na economia capixaba é muito mais direto. Elas contratam mais  fornecedores locais, geram empregos, realizam investimentos e geram mais oportunidades para todos os portes de empresa”, afirma Félix.

Petróleo capixaba: de patinho feio a cisne negro

Quando as primeiras campanhas de exploração em terra se iniciaram no Espírito Santo, o petróleo encontrado era classificado como sub-comercial pela característica mais viscosa. Por isso, era comercializado bem abaixo do preço de referência do barril de petróleo no mercado internacional, o ‘brent’.

Ao longo do tempo, porém, o óleo extraído em terras capixabas ganhou novas aplicações e passou a ser comercializado mais próximo ao valor de referência, tornando-se muito mais rentável.

Antes um patinho feio, o petróleo capixaba se tornou um cisne negro“, brinca Márcio Félix.

“Extraímos um petróleo viscoso e com baixo nível de enxofre que atende a um nicho específico e, por isso, é muito desejado. Ele pode ser utilizado como bunker [combustível naval], que tem tolerâncias cada vez menores à concentração de enxofre, e na fabricação de asfalto quase sem a necessidade de passar por refinaria. Ele também é misturado com óleos de outras características, funcionando como um aditivo”, conclui o CEO da EnP.

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