Paulo Baraona caminha para eleição com candidatura única na Findes
A startup paulista Housi, do setor imobiliário, que promove a moradia por assinatura e conecta empresas a condomínios de prédios para milhares de brasileiros, recebeu um aporte do Funses1 (Fundo de Investimentos em Participações), criado com recursos do Fundo Soberano. O Fundo Soberano capitaneou a rodada com aporte de R$ 20 milhões, enquanto outros investidores foram responsáveis por R$ 25 milhões. Para 2024, o paulistano Ale Frankel, CEO da Housi, planeja expandir nacionalmente para além das 125 cidades em que a startup já atua, incluindo o Espírito Santo. Estão previstos investimentos em tecnologia e para a contratação de profissionais de tecnologia, bem como a construção de um centro de treinamento e relacionamento em Vitória, que servirá como um ponto de encontro para operadores de todo o Brasil conectados à Housi.
Mundo Business: Como funciona o modelo de negócios da Housi?
Ale Frankel: Nosso principal objetivo é facilitar que empresas e prestadores de serviços de diversas áreas façam dos prédios seu principal ponto de contato. Atuamos como a ponte tecnológica que conecta essas grandes indústrias aos prédios, permitindo que ofereçam suas soluções diretamente aos moradores.
Atualmente, contamos com mais de 200 parceiros e uma vasta gama de serviços para explorar. Dentre os principais, destacam-se lavanderia automatizada (como a parceria entre Dry Clean e Unilever com Omo), serviços de carros compartilhados (envolvendo montadoras como Renault e operadoras como Localiza), conexões de internet que garantem acesso Wi-Fi, além de uma variedade de opções de mobilidade, como bicicletas, carros e motos compartilhadas, e carregadores de carros elétricos.
Também contamos com parcerias que oferecem bebidas e sorvetes (como a Ambev, Kibon, Zé Delivery, Nestlé e Cacau Show), entre outros produtos e serviços. Cada vez mais empresas reconhecem que o canal de entrega direta nos prédios é fundamental para atender às demandas dos moradores por praticidade e eficiência custo-benefício.
MB: A Housi acaba de receber o maior cheque da história do Funses1. O que motivou essa aproximação com o Fundo Soberano do Espírito Santo?
AF: O Fundo Soberano representa uma oportunidade significativa, não apenas para fortalecer nossa presença no estado, mas também para trazer outras empresas e startups de tecnologia para integrar nossa plataforma nacional. Explorar essas sinergias nos possibilita oferecer soluções mais abrangentes para nossos usuários em todo o Brasil. Queremos expandir as atividades dessas empresas para 125 cidades que já atuamos, isso já confere um grande potencial. Isso não só fortalece nosso mercado local, mas também enriquece nosso ecossistema com novas perspectivas, inclusive no setor imobiliário.
Em relação aos administradores, eles são profissionais gabaritados, com conexões no setor de tecnologia. Sua integração é fundamental para garantir uma governança eficaz, orientar estratégias de desenvolvimento e facilitar futuras rodadas de investimento. Acreditamos que a participação deles contribuirá significativamente para nosso crescimento.
Além disso, estamos lançando uma iniciativa de fintech (combinação de tecnologia e finanças) para promover novos empreendimentos em parceria com os incorporadores. Vemos os novos investidores como peças-chave nessa jornada, pois a participação será fundamental para impulsionar o mercado e apoiar nossos parceiros.
MB: Como os recursos captados na rodada serão utilizados?
AF: Nosso foco primordial de investimento está na área de tecnologia. Desenvolvemos uma plataforma que permite a conexão com diversas marcas, proporcionando uma experiência única aos usuários, além de integrar sistemas de pagamento e garantir a usabilidade para os moradores. A maior parte dos recursos será destinada à tecnologia, incluindo a contratação de talentos na área de desenvolvimento de software. Uma parcela menor será direcionada à educação e treinamento.
Estávamos em busca de um local para estabelecer um centro de treinamento para nossos operadores regionais. Em cada uma das 125 cidades em que atuamos, contamos com operadores locais que prestam serviços por meio da plataforma Housi. Essas equipes são treinadas tanto de forma digital quanto presencial.
MB: Quais são os planos da Housi para o Espírito Santo?
AF: Decidimos montar um centro de treinamento na cidade de Vitória, onde o prédio em construção próximo à terceira ponte será o centro nacional. Ele servirá como um ponto de encontro e relacionamento para operadores de todo o Brasil, oferecendo treinamentos presenciais.
Além disso, parte dos recursos será destinada ao desenvolvimento da expansão por todo o território nacional. Inicialmente, o público-alvo será os operadores das mais de 125 cidades onde atuamos, que receberão treinamento presencial. As atividades presenciais serão realizadas no centro de treinamento em Vitória.
Na área de tecnologia, além do polo principal em São Paulo, estamos estabelecendo polos regionais, focados em tecnologia e dados. Um deles será em Vitória. Esses polos permitirão o desenvolvimento de soluções personalizadas para atender às demandas em diferentes regiões do Brasil. Nossa equipe de tecnologia é descentralizada e está distribuída em diversos polos onde há uma boa oferta de profissionais qualificados.
Estamos prevendo a instalação do centro de treinamento para operadores de todo o Brasil, juntamente com um polo de tecnologia regional, no qual estarão focados em dados e tecnologia.
Inicialmente, teremos dois elementos: um escritório central que servirá como sede regional para o treinamento e o prédio em construção que será utilizado para os treinamentos práticos. Esses treinamentos práticos serão realizados nos apartamentos equipados com as soluções e conectividade proporcionadas pela Housi. A expectativa é treinar pelo menos 1000 profissionais por ano, utilizando essa plataforma.
MB: A Housi vai se instalar em Vitória, a capital com o metro quadrado mais caro do Brasil. Como vocês enxergam o mercado imobiliário do Espírito Santo e, consequentemente, de Vitória?
AF: A cidade de Vitória se destaca como um local ideal para testar e implementar novas tecnologias e produtos. A dimensão nos permite um controle e uma visibilidade que seriam difíceis de alcançar em grandes metrópoles. Essa concentração geográfica torna a cidade um polo ideal para o lançamento de novos produtos e tecnologias, o que impulsiona o crescimento da nossa empresa.
Além disso, Vitória apresenta o metro quadrado mais valorizado entre todas as capitais, o que demanda constantes inovações e tecnologias para agregar valor a esses imóveis. Reconhecemos que existem limitações geográficas que contribuem para um mercado imobiliário pujante e em constante valorização.
Um dos objetivos fundamentais ao trazer tecnologia para a cidade é reduzir significativamente os custos condominiais e operacionais dos prédios. Toda receita gerada nos imóveis é revertida para o próprio condomínio. Nós vemos de forma muito importante a democratização da moradia e torná-la mais acessível para os moradores. Essa abordagem possibilita que o imóvel, mesmo em uma área de alto valor por metro quadrado, seja acessível a uma parcela maior da população.
A Housi reconhece seu papel como um agente que pode potencializar e melhorar essa correlação. Estamos em busca de reduzir as taxas condominiais e os custos de moradia por meio das tecnologias e serviços que implementamos nos prédios.
MB: Além dos investimentos em treinamentos e tecnologia, a Housi tem estabelecido parcerias no Espírito Santo?
AF: Sim, nós já firmamos parcerias com diversos incorporadores locais. Por questões contratuais, ainda não podemos divulgar detalhes específicos desses projetos em desenvolvimento. No entanto, podemos dizer que já estamos consolidados no estado e estamos confiantes em nosso potencial de crescimento, não apenas em ativos residenciais, mas também em empreendimentos comerciais, loteamentos e na indústria hoteleira. Estamos focados em expandir nossa presença não apenas no Espírito Santo, mas em todo o Brasil.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória