Abr 2024
7
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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porRicardo Frizera

Orlando Caliman | O Espírito Santo pode ser considerado um estado de desenvolvimento industrial tardio. Até a década de sessenta predominava a agropecuária, cuja participação no PIB- Produto Interno Bruto chegava a 50%. Hoje essa participação é de apenas 4,5%. Em contrapartida, o setor industrial que em 1960 respondia por apenas 5,5% do total da riqueza produzida, atinge atualmente 38%. Um percentual bem acima da média nacional, de cerca de 26%.

Uma transformação profunda e ao mesmo tempo veloz no tempo. Talvez a mais veloz dentre os demais estados. E nesse processo ganhou preponderância a região metropolitana, cuja participação na população total do estado passou de 16% em 1960 para 49% atualmente. O município de Serra, por exemplo, tinha apenas cerca de 9 mil habitantes em 1960; hoje, 520 mil. Maior população do estado.

Essa concentração econômica e populacional na Região Metropolitana, no entanto, vem perdendo força nos últimos 20 anos. Já chegou a representar 64% do PIB estadual. Em 2021, segundo os últimos dados do IBGE sobre PIB municipal, esse percentual chegou a 57%.

Mesmo assim, três municípios da região destacam-se em crescimento econômico no período entre 2002 e 2021: Viana, Serra e Cariacica.

O município de Viana aparece no topo do ranking, crescendo em termos reais 170% no período. Cariacica 90%, e Serra 86%. Números bem significativos se comparados com a média de crescimento da economia estadual que foi de 55%.

Esses números podem indicar um certo novo padrão territorial de crescimento. Ou seja, novos eixos de adensamento econômico tendo como eixo de alinhamento a BR-101. No eixo sul com ancoragem atual em Cariacica e Viana, sobretudo em atividades de logística, expandindo-se ao sul, abarcando inclusive o município de Vila Velha, indo até Anchieta. É importante registrar que neste eixo está previsto o ramal sul da ferrovia Vitória-Minas, já pactuado com a Vale.

No eixo norte as perspectivas parecem mais claras, e consequentemente de mais rápida consolidação, principalmente em razão de investimentos realizados, em curso e já contratados. Refiro-me à rodovia do contorno do Mestre Álvaro, porto e ZPE – Zona de Processamento de Exportações, ambos da Imetame, expansão portuária da VPorts – antiga Codesa, Jurong, Portocel e outros. Temos aí a perspectiva da integração de três pontos de ancoragem em alinhamento: Serra, Aracruz e Linhares.

É possível que Aracruz se transformará na plataforma logística mais completa e complexa do Espírito Santo. Isso, principalmente por poder contar brevemente com um complexo portuário multifuncional e de multiuso, integrando portos, rodovias, ferrovias e aeroportos.

 

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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