Abr 2024
21
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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Mercados regionais representam 60% do PIB e 95% do território nacional

Orlando Caliman | Embora sob a mesma língua e de certa forma uma mesma cultura, elementos essenciais que determinam a existência de uma nação, o Brasil é constituído por um verdadeiro mosaico características que combinam territorialmente nuances de formação histórica, econômica e étnico culturais.

Nesse aspecto, e em razão dessa diversidade de características identitárias e de formações, mas, sobretudo do ponto de vista das também diferenciadas dinâmicas econômicas, emergem os denominados mercados regionais. Distinguem-se por peculiaridades nas suas estruturas produtivas e culturais, que lhes são bem próprias, e que refletidas nas suas respectivas dinâmicas apontam, em termos de direção e intensidade, para as suas potencialidades e oportunidades de crescimento e desenvolvimento.

É na perspectiva da percepção e visão desses vários “Brasis” que a Apex Partners se propõe a prosperar e se transformar em referência enquanto plataforma de investimentos e serviços financeiros, engajando-se inteiramente no fortalecimento dos mercados regionais.

Respaldando-se na sua trajetória exitosa alcançada na sua base de origem, o Espírito Santo, a Apex Partners buscou nos estados de Santa Catarina e Paraná, novos territórios para expandir suas atividades. Assim surgiu a sua mais sólida incursão sob a tutela do conceito dos mercados regionais do Brasil: BRM – Brazilian Regional Markets.

Essa incursão estratégica parte da avaliação e constatação de que o Brasil, sobretudo do ponto de vista econômico, vai muito além do que normalmente apontam os olhares do mundo exterior, que veem o país mais através de São Paulo e Rio de Janeiro, do que outros mercados regionais emergentes.

Esses outros mercados representam 60% do PIB nacional, 95% do território nacional, 70% da população do país e aproximadamente 84% do total da energia gerada.

Nesse contexto, por que, então, o PESC?

Primeiramente pelo que representam esses três estados em termos de crescimento de suas economias em anos recentes, mas também nas suas trajetórias históricas que os projetaram nos cenários econômicos nacional e internacional.

Em 2023, por exemplo, os referidos estados apresentaram crescimento médio de 4,2%, enquanto o país cresceu 2,9%. Configurando-se, assim, retomadas robustas das suas economias, principalmente em setores que os distinguem e apontam o protagonismo de suas respectivas potencialidades.

Vistos em conjunto esses três estados apresentam características comuns que os destacam da média nacional:

Apresentam economias fortemente conectadas interna e externamente, funcionando como verdadeiros “hubs” que combinam operações logísticas, comerciais, industriais, de desenvolvimento tecnológico e do agronegócio:

(1) Abertura externa média de 36%, contrapondo-se à média nacional de 27%; destacando-se o Espírito Santo que chega a 48%, considerada a economia mais aberta do país;

(2) Abertura interna das suas economias, medida pelo fluxo do comércio interestadual em relação aos respectivos PIB, em média atingiu em 2023 a média de 3: o fluxo interestadual equivale a cerca de 3 vezes o PIB. Indicando forte integração com o mercado interno.

São economias dinâmicas sob o ponto de vista de ocupação da força de trabalho, com taxa de desocupação média de 4,2%, contra 7.4% nacional. Número que caracteriza pleno emprego. Os três estados integram os top 10 na competitividade: Santa Catarina na segunda posição, Paraná na terceira e Espírito Santo na décima.

Setorialmente são identificados destaques:

(1) No Espírito Santo: Cafés – Conilon e Arábica – postando-se como polo de destaque nacional e internacional na produção de café solúvel; polo minero metalúrgico, extração de gás e petróleo, plataforma logística de comércio exterior e comércio interestadual; rochas ornamentais, sendo o maior produtor e exportador (70% das exportações brasileiras)

(2) O Paraná destaca-se em: Produção de proteína animal- maior polo produtor nacional -, segundo maior produtor de soja e milho; produção de energia renovável; plataforma logística com ancoragem portuária; eficiente sistema cooperativista no agronegócio.

(3) Santa Catarina: Apresenta uma das economias mais complexas do país, com base industrial, especialmente agroindustrial, diversificada e com forte presença no mercado internacional;  plataforma logística multimodal e multifuncional e que conta com ancoragem portuária diversificada, operando com diversas modalidades de cargas, em especial carga conteinerizada cuja participação no total do país atingiu 20% em 2023; destaca-se no agronegócio na produção e processamento de proteína animal, com foco em suínos e aves, com presença significativa no mercado internacional; desponta também no turismo, com o polo turístico de Camboriú.

Alguns fatores mais gerais os diferenciam positivamente:

(1) No Espírito Santo: a solidez fiscal – o segundo colocado no ranking nacional -, qualidade das instituições e ambiente bom de negócios; segundo no ranking na qualidade da infraestrutura.

(2) No Paraná: Sobressai na sustentabilidade ambiental – primeiro colocado no ranking nacional; excelência na gestão pública

(3) Em Santa Catarina: primeiro no ranking na qualidade do capital humano; primeiro no ranking da sustentabilidade social; excelente ambiente de negócios e habitat de inovação e desenvolvimento tecnológico.

Mas, são ainda identificados atributos que lhes são bem próprios e ao mesmo tempo comuns: Os três estados forjaram e construíram as suas economias e suas sólidas bases sociais tendo como elemento comum a “cultura do trabalho”. Atributo herdado sobretudo do espírito empreendedor e inovador do imigrante. Os três estados têm forte presença de imigrantes europeus – nos três estados – e japoneses, no caso do Paraná.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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