Brazilian Regional Markets: Em Nova York, Governo do ES assina ordem de serviço de R$ 2,2 bilhões para Vitória com investidores estrangeiros
A ISH Tech, empresa de tecnologia especializada em cibersegurança, não desistiu de abrir capital na Bolsa de Valores, apesar da maré ruim para IPOs nos últimos dois anos. O plano é fazer duas aquisições e preparar a listagem de suas ações nos próximos dois a três anos. A informação foi compartilhada por Allan Costa, Co-CEO da ISH, durante sua participação no Brazilian Regional Markets (BRM) em Nova York, um evento organizado pela Apex Partners e EQI Investimentos. No encontro, realizado na última segunda-feira (13), os mercados regionais brasileiros, como Espírito Santo, Santa Catarina e Paraná, foram destaques por suas potencialidades econômicas diante de investidores internacionais.
Durante o Brazilian Regional Markets, Allan Costa falou sobre os planos da empresa para um IPO em dois ou três anos, bem como as suas intenções de realizar aquisições estratégicas em 2024, que em ampliar seu portfólio ou adentrar em mercados complementares.
“Para 2024, planejamos realizar uma ou duas aquisições no mercado. Isso se deve a necessidade de incorporar histórias complementares à nossa, essenciais para fortalecer nosso caminho rumo ao IPO. A integração e a sinergia com outras empresas são fundamentais para sustentar um crescimento exponencial. Até o momento, nossa jornada tem sido financiada exclusivamente pelos sócios, sem investimentos de fundos externos. Nosso objetivo é mirar um IPO dentro de dois ou três anos”, comentou Costa.
Em 2021, a empresa deu início aos preparativos para o IPO e registrou uma receita de meio bilhão de reais. No entanto, devido ao fechamento da janela de oportunidades para IPOs no Brasil, nenhum lançamento foi realizado. Costa prevê um aumento nos IPOs a partir do próximo ano, com foco particular em infraestrutura. “É crucial estarmos preparados para aproveitar essa oportunidade quando ela se reabrir. Um IPO é um processo que se constrói ao longo do tempo, demandando planejamento e estratégia”.
O governador Renato Casagrande (PSB) representou o Espírito Santo, assim como Ratinho Júnior, que governa o estado do Paraná. Para Casagrande, o BRM foi uma oportunidade ímpar para o estado capixaba, que almeja uma visibilidade tanto nacional quanto internacional.
“Queremos ser a porta de entrada para produtos do mundo no Brasil e a saída dos produtos brasileiros para o mundo. É fundamental estabelecer relacionamentos e redes de colaboração com pessoas interessadas no desenvolvimento do Espírito Santo. Isso só é possível através de um esforço contínuo para apresentar o potencial do estado para investidores”, disse.
Também estiveram presentes empresários de diversos setores econômicos, como Fernando Cinelli (fundador e presidente da Apex) e Juliano Custodio (fundador e CEO da EQI Investimentos). Também participaram: Tallis Gomes (Founder Easy Taxi, Singu, G4 Educação), James Guerreiro (presidente da Brametal), Walter Schalka (CEO da Suzano Papel e Celulose), Marcel Malczewski (CEO da TM3 Capital e presidente do Conselho da Copel) e Munir Abud (diretor-presidente da Cesan).
Fernando Cinelli, presidente da Apex, traçou um paralelo entre a fundação de Nova York em 1624 e o crescimento da cidade, que hoje tem uma das maiores concentrações de riqueza do mundo, com uma economia de 1,2 trilhão de dólares. Cinelli apontou que a soma das economias regionais brasileiras, excluindo Rio de Janeiro e São Paulo, equivale a essa mesma cifra.
Durante o evento Brazilian Regional Markets, o presidente da Apex apontou o mercado de capitais como uma ferramenta para impulsionar o crescimento econômico. Ele ressaltou que ao direcionar investimentos para iniciativas além do tradicional eixo Rio de Janeiro-São Paulo, é possível perpetuar a descentralização do desenvolvimento do Brasil.
“Entendemos que a chave para isso está na mentalidade capitalista, na determinação do indivíduo em trabalhar com disciplina e eficiência. Ao trazer este evento a Nova York, estamos unindo conhecimento e história, inspirando todos os presentes a reconhecer o imenso potencial dos mercados regionais brasileiros. É fundamental que os participantes brasileiros percebam que têm o poder de serem protagonistas da própria história, utilizando o mercado de capitais como uma ferramenta para viabilizar projetos, atrair investimentos e gerar empregos e renda em todo o país”, concluiu Cinelli.
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