Maio 2024
25
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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Orlando Caliman | Planejar o futuro do Espírito Santo requer levar em conta não somente riscos de natureza econômica ou decorrentes de mudanças climáticas, e outros mais. Para um estado que depende fortemente de atividades com fortes conexões com mercados globais, cada vez mais multipolarizado, riscos geopolíticos passam para o topo das atenções.

Riscos geopolíticos estão na ordem do dia em mercados que se conectam globalmente. Isso, sobretudo por conta das circunstâncias e turbulências provocadas pela intensificação de conflitos, que no limite chegam a guerras. Com destaque para a guerra entre Rússia e Ucrânia, e mais recentemente, entre Israel e o Hamas, no oriente médio.

Ambos com alto potencial de escalabilidade e instabilidade, pois mexem com estruturas de poder político e econômico, em âmbito global, contrapondo, numa escala maior, forças entre ocidente e oriente. Mesmo assim, admitindo-se polarizações múltiplas que se degladiam em busca de hegemonias em campos dos seus respectivos interesses.

Assim, é fácil entendermos que o nosso país e naturalmente o Espírito Santo, este por via de consequência, são partes dessas circunstâncias, podendo delas extrair resultados que lhes podem representar ganhos, perdas ou mantê-los na sobrevivência.

Óbvio que no campo dos desejos e planos de futuro sempre estaremos em busca de um “jogo” de “ganha-ganha”. Mas, que para tanto, exige-se antes de tudo capacidade de identificarmos e escolhermos janelas de oportunidades, e de enfrentarmos os desafios que estas nos imporão no futuro.

OS PLANOS DE DESENVOLVIMENTO DO ESPÍRITO SANTO

Chamo a atenção para esta temática pelo fato de estarmos no momento iniciando o processo de construção do plano de desenvolvimento do Espírito Santo, o plano ES2035, que recebe também a denominação de PlanoES500. Isso porque no seu horizonte de visão de Futuro coincide com a comemoração de 500 anos de história do nosso estado.

Trata-se de um trabalho que está sendo desenvolvido em projeto que combina parcerias, compartilhamento e cooperação entre o setor público estadual, sob a gestão da Secretaria de Economia e Planejamento, com participação do Instituto Jones dos Santos Neves, e a ONG Espírito Santo em Ação. Aliás, um arranjo institucional exitoso, pois dele nasceram o ES2025, em 2005, e o ES 2030, em 2012, bem como as quatro versões do PEDEAG- Plano de Desenvolvimento Estratégico da Agricultura.

Mas, por que chamar a atenção para as “circunstâncias” e especialmente para os riscos geopolíticos numa perspectiva de construção de futuro?

A resposta está na leitura e percepção de que, nos próximos anos as imprevisibilidades e consequentes riscos, poderão advir mais do campo da geopolítica do que no campo, por exemplo, da economia. Naturalmente, com a primeira sempre funcionando como tensionador da segunda.

Processos disruptivos na economia parecem ser mais fáceis de serem administrados. A instituição mercado é capaz, em grande parte, de dar conta dos ajustes. Diferentemente dos processos disruptivos no campo da política e geopolítica. E é no segundo caso que podemos dizer que estamos em um denso, intrincado e complexo processo de transição. O horizonte tende a se mostrar mais opaco, ou seja, oferecendo pouca ou nenhuma visibilidade.

Das economias estaduais, o Espírito Santo encontra-se no topo quando comparamos coeficientes de abertura externa, por força principalmente do peso das commodities. China e EUA são nossos maiores parceiros econômicos. China representa 28% das nossas importações e 10% das exportações, enquanto os Estados Unidos 28 % das exportações e 14% das importações.

E são estas nações, muito provavelmente, que estarão no front dos embates na geopolítica.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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