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Orlando Caliman | O Espírito Santo está prestes a se transformar no maior produtor mundial do café conilon– obviamente numa hipotética condição de país. Eu diria que mais por méritos colhidos no percurso de uma exitosa, porque não fantástica, trajetória de sucessivos e cumulativos avanços em inovações e desenvolvimento de conhecimentos e tecnologias, do que por circunstâncias adversas enfrentadas por concorrentes, principalmente pelo Vietnam.
Riscos geopolíticos associados a questões de natureza climática têm acentuado peso na construção das condições atuais do mercado mundial de cafés, e em especial do conilon. Do lado geopolítico, o comprometimento da segurança na passagem de navios pelo Canal de Suez, principal rota de acesso de países asiáticos a mercados na Europa, por conta de ataques do grupo rebelde houthis, do Iêmen, tem encarecido o transporte de cafés provenientes da Ásia. Situação que tem levado importadores a reverem suas bases de suprimento.
Porém, o fator de maior impacto negativo no mercado global advém da queda na produção do Vietnam, e tem origem climática, expressa em forte estiagem. Maior produtor mundial do conilon, este país teve sua produção fortemente reduzida, cujas consequências levarão tempo para que se retorne à normalidade.
Com oferta global em queda e bloqueio logístico no Oriente Médio, o Brasil passou a ser a bola da vez no mercado. E o maior beneficiado passou a ser o Espírito Santo, maior produtor nacional, responsável por mais de 70% da produção. Para os produtores do Espírito Santo a mudança no cenário global vem em boa hora e oferece alento às pesadas perdas sofridas com secas no passado recente.
Perdas para o Vietnam e ganhos para o Espírito Santo. Mas, é importante ressaltar que os ganhos não devem ser vistos apenas como decorrentes de circunstâncias adversas de outros. Resiliência e estágio avançado em termos tecnológicos, capacidade de inovação, a velocidade em adequações e adaptações às adversidades climáticas podem ser vistos como atributos e fatores facilitadores no aproveitamento da oportunidade aberta no mercado global. E isso pode ser visto nos números relativos às exportações.
Comparando-se as exportações ocorridas nos 4 primeiros meses de 2024 com 2023 vamos ver que em toneladas o crescimento foi de 249%, e em valores passou-se de US$ 144,00 milhões para US$ 486,70 milhões. Em reais seria como passar de R$ 730 milhões para cerca de R$ 2,5 bilhões em apenas 4 meses.
*Orlando Caliman é diretor econômico da Futura Inteligência.
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