Jun 2024
8
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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Ricardo Frizera
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porRicardo Frizera

Riscos geopolíticos associados a questões de natureza climática têm acentuado peso na construção das condições atuais do mercado mundial de cafés, e em especial do conilon. Do lado geopolítico, o comprometimento da segurança na passagem de navios pelo Canal de Suez, principal rota de acesso de países asiáticos a mercados na Europa, por conta de ataques do grupo rebelde houthis, do Iêmen, tem encarecido o transporte de cafés provenientes da Ásia. Situação que tem levado importadores a reverem suas bases de suprimento.

Porém, o fator de maior impacto negativo no mercado global advém da queda na produção do Vietnam, e tem origem climática, expressa em forte estiagem. Maior produtor mundial do conilon, este país teve sua produção fortemente reduzida, cujas consequências levarão tempo para que se retorne à normalidade.

Com oferta global em queda e bloqueio logístico no Oriente Médio, o Brasil passou a ser a bola da vez no mercado. E o maior beneficiado passou a ser o Espírito Santo, maior produtor nacional, responsável por mais de 70% da produção. Para os produtores do Espírito Santo a mudança no cenário global vem em boa hora e oferece alento às pesadas perdas sofridas com secas no passado recente.

Perdas para o Vietnam e ganhos para o Espírito Santo. Mas, é importante ressaltar que os ganhos não devem ser vistos apenas como decorrentes de circunstâncias adversas de outros. Resiliência e estágio avançado em termos tecnológicos, capacidade de inovação, a velocidade em adequações e adaptações às adversidades climáticas podem ser vistos como atributos e fatores facilitadores no aproveitamento da oportunidade aberta no mercado global. E isso pode ser visto nos números relativos às exportações.

Comparando-se as exportações ocorridas nos 4 primeiros meses de 2024 com 2023 vamos ver que em toneladas o crescimento foi de 249%, e em valores passou-se de US$ 144,00 milhões para US$ 486,70 milhões. Em reais seria como passar de R$ 730 milhões para cerca de R$ 2,5 bilhões em apenas 4 meses.

*Orlando Caliman é diretor econômico da Futura Inteligência.

 

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