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Com uma carteira de investimentos de quase US$ 1 trilhão, o Public Investment Fund (PIF)– o fundo soberano da Arábia Saudita, que é o maior do mundo– fez a principal aproximação com o Brasil e com a América Latina de sua história na última semana. Durante o evento FII Priority Rio de Janeiro, lideranças do PIF e membros da família real saudita falaram sobre sua visão de investimentos, com foco em transição energética, inteligência artificial e inclusão social. Contrariando o pessimismo que ronda as manchetes, os árabes deixaram uma mensagem otimista para o Brasil.
O FII Priority, conhecido como a ‘Davos do deserto’, é idealizado pela família real saudita para buscar oportunidade de investimentos globalmente. O evento leva esse apelido por ser uma cúpula que reúne fundadores, CEOs e presidentes de empresas globais para discutir visão de investimentos.
Yasir Al-Rumayyan, governador do PIF (Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita) e presidente do Conselho de Administração da Saudi Aramco, afirmou durante o evento que o Brasil pode assumir protagonismo na geração de energia limpa para alimentar a inteligência artificial.
Ele disse que a IA já é uma realidade e, com ela, é esperado um aumento de consumo de energia numa base anual de 3% a 6%, globalmente.
“É um grande desafio que o mundo vai enfrentar. Vão ser mais emissões, se continuarmos usando combustíveis fósseis. Temos de buscar uma solução de como empoderar a revolução da IA com energia renovável. E o Brasil é um dos maiores atores nisso”, afirmou Al-Rumayyan em entrevista a Mundo Business.
O fundo soberano Saudita possui uma carteira de quase US$ 1 trilhão em projetos no próprio país e no exterior. Al-Rumayyan citou que cerca de 20% do orçamento do PIF, equivalente a US$ 200 bilhões, é destinado a projetos estrangeiros, incluindo o Brasil.
Em conversa com Mundo Business, Abdulrahman Bakir, diretor do Ministério de Investimentos da Arábia Saudita para as Américas, disse que o volume de investimentos no Brasil, que hoje é de pouco mais de US$ 4 bilhões, pode chegar a US$ 10 bilhões ou US$ 15 bilhões nos próximos anos.
Após a primeira experiência no Brasil, Richard Attias, CEO do Future Investment Initiative (FII) Institute, afirma que investidores sauditas estão animados com as oportunidades no Brasil e vão aumentar o volume de investimentos no país.
Attias menciona que alguns setores são os mais relevantes para o investimento no Brasil e devem atrair a atenção internacional, como nos segmentos de mineração, recursos naturais, infraestrutura, energia renovável, alimentos, agricultura, agronegócio e serviços financeiros.
Por outro lado, ele enfatiza que o país precisa enfrentar a burocracia e realizar reformas para atrair investidores estrangeiros.
“Para os líderes da Arábia Saudita, o Fórum de Investimentos Internacionais (FII) marca a primeira vez que o Brasil participa de forma significativa. O Brasil é um país repleto de pessoas talentosas e de abundantes oportunidades, e este é o início de uma parceria duradoura. Não será apenas a primeira vez, mas o começo de muitas colaborações futuras”, afirmou Attias em fala à coluna Mundo Business.
Em termos de setores e projetos, é crucial que a contraparte brasileira apresente projetos concretos, com bom retorno e viabilidade. O mais importante em qualquer iniciativa é a sua implementação. Não gostamos de assinar Memorandos de Entendimento (MOUs), preferimos assinar contratos. Se queremos realmente impactar a humanidade, precisamos de ação. Queremos que as coisas aconteçam agora.
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