Espírito Startups: Jade vence no 2º episódio e segue na disputa por prêmio de R$ 500 mil
Em cerca de um ano, o dólar saiu da casa dos R$ 4,80 e ultrapassou a faixa dos R$ 5,80. Apesar de as causas da apreciação do câmbio serem preocupantes – como os sinais de descontrole fiscal da União e um temor de recessão nas economias desenvolvidas – é importante notar que a economia capixaba pode ser beneficiada nesse momento, principalmente com a combinação de preços de commodities agrícolas em alta e maior volume de produção. Isso é o que pensa o diretor econômico da Futura, Orlando Caliman, que escreve a seguir.
Orlando Caliman | O fato de a economia capixaba apresentar saldo positivo na sua balança comercial externa já indica uma certa conexão com o comportamento do câmbio. Que será tanto maior quanto maior o peso relativo do comércio externo.
Em 2023, por exemplo, o saldo da balança comercial foi positivo em US$ 360 milhões, com as exportações atingindo US$ 10,2 bilhões e importações de US$ 9,8 bilhões. Transformados em reais ao câmbio médio do ano, teríamos as exportações correspondendo a 22,4% do PIB e as importações 21,5%. Já os dois fluxos somados, 44%. Um percentual muito significativo.
Um câmbio em elevação obviamente favorece o exportador em detrimento do importador, pois faz encarecer, em reais, o produto de quem importa, e torna o produto de quem exporta mais competitivo externamente, ao mesmo tempo melhora o seu preço em reais.
Ora, se o Espírito Santo exporta mais do que importa, em valores em dólar, na conversão com o dólar em alta, entra mais real no bolso de quem exporta. No conjunto, ajuda no PIB.
Para o Espírito Santo, o melhor cenário acontece quando os preços dos produtos exportados estão em alta em dólar combinadamente com câmbio em alta.
Em 2021, por exemplo, tivemos preços dos principais produtos em alta e câmbio valorizado, chegando a R$5,25. Em 2010, o maior efeito positivo no PIB foi provocado pelos preços em dólar dos produtos exportados, com destaque para pelotas de minério de ferro, e com o câmbio levemente em alta, levando o PIB a uma alta real de 15%.
Em 2024, dados das exportações realizadas até maio apontam para um cenário promissor. Nesses cinco primeiros meses, para produtos de maior peso na pauta, estamos observando uma influência positiva das três variáveis que compõem o valor final em reais:
Uma sincronia rara de acontecer.
Mas, em destaque, aparece o café, alçado à segunda posição na pauta de exportações capixabas nos 5 primeiros meses, por razões vinculadas sobretudo a circunstâncias favoráveis do mercado mundial. Efeitos do câmbio, volume e preço em dólar fizeram com que o grão já atingisse em maio 76% do valor total exportado em 2023: R$ 3,5 bilhões, contra R$ 4,6 bilhões em todo o ano de 2023. Em dólares: US$ 663 milhões de até maio de 2024, US$ 919 milhões de US$ em 2023.
Mais do que as dimensões relativas, o que devemos realçar são os impactos e efeitos positivos derivados da injeção adicional de dinheiro novo na economia. No caso do café, na economia interiorana.
Dinheiro que faz engordar as contas bancárias de produtores, trabalhadores, comerciantes e os cofres públicos, com mais receitas; ou seja, todo o tecido econômico e social local. Aciona o círculo virtuoso da economia, que faz crescer o PIB local e a qualidade de vida.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória