Exportação de rochas naturais pode bater recorde em 2024
O nó no sistema portuário capixaba vivido nos últimos meses gerou prejuízos e atrasos significativos para os exportadores de rochas naturais e café. O Centrorochas (Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais) traduziu em números o impacto desse gargalo para o setor no Espírito Santo. A entidade estima que cerca de 1.900 contêineres de rochas estão vendidos e parados em todo o estado, aguardando apenas um espaço para embarcar.
De acordo com Tales Machado, presidente do Centrorochas, os contêineres vendidos que aguardam vaga para exportação equivalem a um valor de vendas de mais de R$ 280 milhões (US$ 50 milhões).
“Ainda enfrentamos o gargalo nos portos, que é um problema sem solução de curto prazo, mas temos percebido esforços da VPorts [autoridade portuária] para resolver. Hoje temos quase 2 mil contêineres de rochas vendidos e esperando uma vaga para exportar. Esse travamento tem gerado dificuldade para muitas empresas do setor, afinal, esse montante equivale a quase US$ 50 milhões de faturamento”
Apesar de não considerarem a possibilidade de uma resolução no curto prazo, os exportadores de rochas acreditam que a normalização da importação de carros elétricos vai abrir mais espaço no porto
A importação de carros pelo Espírito Santo no 1º semestre teve uma média mensal de US$ 470 milhões e em junho o valor foi de US$ 1,2 bilhão. Com o aumento da tarifa de importação no segundo semestre, o volume de automóveis importados pelo ES em julho despencou para US$ 76 milhões.
Os exportadores de rochas naturais do Espírito Santo esperam um ano com volume recorde de vendas, mas esse resultado depende da capacidade de embarcar os blocos e chapas vendidos.
Na avaliação de Fábio Cruz, vice-presidente do Centrorochas, a procura por rochas naturais no exterior está em alta e os números do fechamento do ano podem surpreender.
“Acreditamos no potencial de renovar o recorde de exportações de rochas naturais em 2024. Enxergamos uma demanda altíssima no exterior, tanto de mercados tradicionais como Estados Unidos, como de novos mercados em expansão. No entanto, ainda enfrentamos o desafio logístico no Espírito Santo para garantir o escoamento”, avalia Cruz.
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