Set 2024
7
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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Economias abertas são expostas a flutuações do mercado global, mas tendem a crescer mais

Em alusão aos tigres asiáticos do passado, que protagonizaram o crescimento vertiginoso das economias da Ásia, no Brasil, nossas “onças” regionais tecem um novo mapa da dinâmica econômica. Estados do Centro-Oeste, Paraná e Santa Catarina, no Sul, e Espírito Santo, no Sudeste, apresentaram taxas de crescimento dos seus respectivos PIBs, em 2023, bem acima da média nacional, que foi de 2,9%.

Numa leitura para além das aparências dos números, ou seja, estressando-os, podemos identificar algo em comum, que podemos caracterizá-lo como fator estruturante: expressivo grau de abertura econômica. Em outras palavras, estamos falando de economias mais abertas.

Mas, o que significa economias abertas? São economias que mantêm fortes relações comerciais com a economia internacional. O grau de abertura é calculado pela razão entre exportações e importações e o PIB. Mato Grosso e Espírito Santo têm graus de abertura, respectivamente, 63% e 42%, ante média nacional de 27%. Aliás, todos os estados constantes da figura apresentaram aberturas acima da média nacional em 2023.

Embora mais susceptíveis aos movimentos de mercados globais, essas economias acabam também encontrando, lá fora, mercados favoráveis  para seus produtos.

E tais movimentos podem funcionar como contraponto ao baixo dinamismo do mercado interno ou, em circunstâncias especiais, associar crescimento interno com o crescimento externo. O melhor dos mundos. Fenômeno que aconteceu no Espírito Santo em 2010, quando seu PIB cresceu 15,23% em termos reais.

A tese de que economias mais abertas são mais propensas a alcançarem mais rapidamente o desenvolvimento é bem antiga, remontando aos primórdios da construção da ciência econômica.

Adam Smith, escocês, considerado o pai do capitalismo e do liberalismo moderno, e iluminista, no século dezoito, em A Riqueza das Nações, já defendia o livre comércio entre nações como o caminho mais curto para o progresso.

Que as nossas “onças” regionais possam, de alguma forma, servir de exemplo ao país de que mais abertura econômica nos levará mais rapidamente ao desenvolvimento.

*Autor convidado, Orlando Caliman é diretor econômico da Futura Inteligência

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