Economia capixaba: diversificar com commodities é uma boa estratégia
O Anuário de Investimentos do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) aponta que o Espírito Santo vai receber mais de R$ 98 bilhões em investimentos públicos e privados na janela de 2023 a 2028. A carteira conta com 1.192 projetos acima de R$ 1 milhão, sendo 559 em execução e 633 em oportunidade. Os dez maiores investimentos em execução somam R$ 50 bilhões, praticamente metade do valor global. Conheça os maiores investimentos do estado a seguir.
Os maiores investimentos em execução no Espírito Santo estão majoritariamente ligados à indústria de petróleo e gás, representada por empresas como Petrobras e ‘junior oils’ como PRIO (Petro Rio), BW Energy e Seacrest.
Mineração e siderurgia também são destaque da lista compilada pelo Instituto Jones dos Santos Neves.
“A indústria extrativa responde por 44% dos investimentos da carteira, com forte participação dos setores de petróleo e mineração. A Petrobras se destaca com o maior pacote de investimentos que se estende até 2028, com um cenário positivo para o Espírito Santo. Petróleo, gás, siderurgia, energia e mineração são muito relevantes para o estado e esses players anunciarão novos investimentos, sobretudo vinculados a uma base produtiva menos poluente”, afirma Pablo Lira, presidente do IJSN.
1 – Petrobras: pacote de investimentos no offshore (R$ 25,1 bilhões)
A petroleira está realizando um pacote de investimento em exploração e produção, relacionados a projetos nas áreas de refino, comercialização, energia e gás nos municípios de Anchieta, Piúma, Itapemirim, Marataízes e Presidente Kennedy.
O destaque desse pacote é o início da operação do FPSO (plataforma de petróleo flutuante) Maria Quitéria, que vai começar a funcionar no litoral sul do Espírito Santo em 2025 com capacidade de produção de 100 mil barris por dia.
2 – Vale: termo de compromisso ambiental (R$ 4,67 bilhões)
Esse pacote de investimentos da mineradora faz parte do termo de compromisso ambiental (TCA), que envolve uma série de medidas de melhoria de qualidade do ar, recuperação de vegetação nativa e de áreas afetadas pela poluição.
3- PRIO: projeto de Wahoo (R$ 4,5 bilhões)
A petroleira está fazendo um investimento relevante no desenvolvimento do campo de Wahoo, localizado no mar do extremo sul do Espírito Santo.
No aguardo das licenças do Ibama para extrair seu primeiro óleo, a previsão é extrair 40 mil barris por dia nos primeiros anos de operação.
4- BW Energy: desenvolvimento de poços de petróleo e gás offshore (R$ 4 bilhões)
Até 2028, a companhia vai aportar R$ 4 bilhões para o desenvolvimento dos campos de Golfinho e Camarupim, na Bacia do Espírito Santo.
No campo de Golfinho, perfurará dois poços, o que mais que dobrará a produção do polo, hoje em 10 mil barris por dia, permitindo ainda a oferta de 1,5 milhão de m³/dia de gás natural.
5- Seacrest: desenvolvimento e produção de petróleo e gás onshore (R$ 2 bilhões)
De origem norueguesa, a principal petroleira em terra do estado, Seacrest, quer triplicar sua produção de petróleo e gás no norte do Espírito Santo até 2027.
Para isso, está investindo na maior campanha de perfuração de poços em terra do Brasil, que vai alcançar 300 poços. Hoje, a petroleira já possui cerca de trezentos poços em produção.
Em 2024, a petroleira vai seguir com seu plano de perfurações e recuperação de poços no Norte do estado e projeta encerrar o ano com uma média de até 12,5 mil barris equivalentes por dia, no melhor cenário.
6- ArcelorMittal Tubarão: termo de compromisso ambiental (R$ 1,9 bilhão)
Desde a assinatura até o cumprimento do TCA, a ArcelorMittal Tubarão terá investido pelo menos R$ 1,9 bilhão em gestão ambiental, sendo que as 131 metas e 114 diretrizes estabelecidas no documento se desdobraram em 446 ações implantadas.
O programa contou com a implantação de seis wind fences, que juntas somam 8,5 quilômetros de extensão em torno dos pátios de minério, carvão, coque e agregados siderúrgicos. As estruturas das seis wind fences somam mais de 175.000m² de telas.
7- Imetame: primeira fase do porto em Aracruz (R$ 1,7 bilhão)
O porto da Imetame, em Aracruz, está em estágio avançado de execução da primeira fase e deve receber seu primeiro navio em meados de 2025. Quando todas as fases forem finalizadas, o terminal terá 17 metros de calado, o suficiente para receber navios de grande porte que hoje não atracam ao Brasil.
8- Samarco: retomada da produção em Anchieta (R$ 1,6 bilhão)
Com planos para retomar 60% da capacidade produtiva até 2026 – hoje opera com 30% da capacidade instalada – a mineradora está investindo para reativar as usinas de pelotização e expandir a filtragem de rejeitos.
9- Simec: ampliação da indústria de Cariacica (R$ 1,5 bilhão)
O Grupo Simec, especializado na fabricação de produtos a partir do aço, vai fazer um aporte bilionário para ampliação e modernização da siderúrgica em Cariacica.
Durante as obras e intervenções, serão gerados 700 empregos diretos e, após a ampliação, serão 120 novos postos de trabalho permanentes.
10- Chocolates Garoto: ampliação e modernização da fábrica de Vila Velha (R$ 1 bilhão)
A Nestlé vai investir mais de R$ 1 bilhão na modernização e ampliação da fábrica da Garoto até 2026. A maior parte dos recursos vai para tecnologia e novas linhas de produção, com foco em itens com mistura de biscoito e chocolate.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória